Sequência de falhas

César Colnago faz balanço negativo de ações do governo Dilma

Violência contra as mulheres, lentidão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), péssimas condições das rodovias federais, mudança na poupança e timidez do programa de incentivo à indústria. Foram esses os temas abordados pelo deputado César Colnago (ES) durante pronunciamento nesta quarta-feira (9).

Violência contra as mulheres: Segundo o tucano, o Espírito Santo recebeu nesta semana o triste título de primeiro colocado no ranking da violência contras as mulheres no país. “O meu estado, já tão maltratado e espoliado pelo governo federal, recebeu essa notícia. O Mapa da Violência, divulgado pelo Instituto Sangari, informa que, em 2010, foram registradas 9,4 vítimas a cada grupo de 100 mil mulheres no ES”, lamentou. Para o deputado, o dado demonstra a falta de políticas públicas efetivas por parte do governo federal no combate a esse tipo de crime.

Lentidão do PAC: Até o final de abril, o governo pagou apenas 1% dos R$ 42,5 bilhões previstos no orçamento para as obras em 2012. Para o deputado, das obras de transposição das águas do rio São Francisco à ferrovia Transnordestina, o que se vê é lentidão e paralisia. As maiores obras de infraestrutura do país têm atraso de até 54 meses em relação ao cronograma original, de acordo com levantamento do jornal “O Globo”. Na área de saneamento, por exemplo, dos R$ 40 bilhões anunciados pelo Planalto, apenas R$ 1,5 bilhão havia sido aplicado até o final de 2010. Na opinião de Colnago, com essa realidade o PAC poderia ser rebatizado de “Pacderme”.

Abandono das rodovias: O tucano considera crítica a situação das rodovias federais. Segundo ele, 6.612 viadutos e pontes estão abandonados, conforme aponta o Tribunal de Contas da União (TCU). “Enquanto os problemas se acumulam, o DNIT encontra-se paralisado há meses. O órgão público não tem conseguido sequer tocar novas contratações para manutenção rodoviária. Enquanto isso, milhares de motoristas arriscam suas vidas diariamente nas perigosas rodovias federais”, lamentou. De acordo com Colnago, as promessas de campanha de Dilma no setor permanecem no papel ou atrasadas. É o caso da duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, que há anos não sai da fase de projeto. As melhorias na BR-135 no Maranhão e na BR-101 em Pernambuco também não andam.

Pacote econômico: O deputado considerou insuficientes as medidas anunciadas pela presidente para tentar reverter o quadro de desindustrialização enfrentado pelo país. Na sua avaliação, faltou visão estratégia da presidente ao anunciar apenas medidas pontuais. Para ele, Dilma não teve coragem de fazer as reformas estruturais e necessárias para aumentar a competitividade brasileira no cenário internacional.

Mudança na poupança: Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o rendimento cairá dos atuais 6,53% para 5,95% ao ano. Pela mudança anunciada, o micro investidor será blindado sempre com um menor rendimento do que as regras atuais. “O governo fez esse anúncio como sendo necessário para diminuição dos juros, mas, na realidade, a presidente aproveitou a gordura de sua cruzada retórica contra os bancos para investir nos bolsos dos pequenos poupadores”, lamentou Colnago.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)