Liberdade de imprensa

Tentativa do governo de controlar a mídia é atentado à democracia, afirmam tucanos

Os deputados Domingos Sávio (MG) e Vanderlei Macris (SP) voltaram a condenar a tentativa do Planalto de controlar a informação e limitar a liberdade de imprensa. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o governo se prepara para colocar em discussão o marco regulatório da comunicação, sempre visto com desconfiança pela sociedade civil, que teme uma ofensiva para controlar ou restringir a divulgação de conteúdos. Segundo o petista, o próximo passo de Dilma deve ser a consulta pública sobre o marco, conforme mostrou o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Na opinião de Domingos Sávio, um país que limita qualquer forma de expressão da mídia compromete os valores essenciais da democracia. “Infelizmente, o PT mostra com frequência uma tendência para uma linha autoritária, um comportamento de quem não suporta conviver com as divergências, com a oposição, e, muito menos, aceitar as críticas”, lamentou nesta segunda-feira (7). Para o tucano, a liberdade de imprensa é a alma da democracia.

Voltar a esse tema, na visão do deputado, é caminhar na contramão da história brasileira. “Não vamos aceitar isso. O PSDB sempre saiu em defesa da liberdade de expressão. Imprensa não é só para jogar confete, mas ter sua liberdade de criticar, opinar e, acima de tudo, informar”, apontou.

Macris considerou inadmissível o Partido dos Trabalhadores tentar construir uma relação de controle sobre os diversos setores da sociedade. “Primeiro com alianças inexplicáveis, depois a tentativa clara de controlar os setores de investigação. Agora quer controlar a mídia. A sociedade vai reagir a esse tipo de postura”, afirmou.

Fatos anteriores marcaram a vocação do governo petista nessa área. Entre eles, a tentativa do ex-presidente Lula de expulsar do país o jornalista americano Larry Rohter, após ficar contrariado com reportagem publicada em 2004 no jornal “The New York Times”, o maior dos Estados Unidos. E ainda o apoio ao projeto de lei que criava o  Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). Pelo texto, o conselho teria poderes de “orientar, disciplinar e fiscalizar” o exercício da profissão de jornalista e a atividade jornalística.

Marco regulatório

→ A presidente Dilma herdou do governo Lula o anteprojeto de criação do marco regulatório das comunicações, elaborado pelo então ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins, e apresentado durante a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em 2010, determinando a “criação de instrumentos de controle público e social” da mídia.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)