Estradas danificadas

Cobrança de pedágio em rodovias precárias é negligência da gestão petista, condenam tucanos

A cobrança antecipada de pedágio em rodovias precárias concedidas à iniciativa privada pelo governo petista mostra a negligência do Planalto com o setor, na avaliação dos deputados Alberto Mourão (SP) e Nilson Leitão (MT). De acordo com o jornal “Valor Econômico”, a Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou buracos no asfalto, desnível nos acostamentos, falta de iluminação em passarelas e problemas de drenagem nas vias, licitadas em 2007. As empresas começaram a cobrar dos motoristas antes mesmo de cumprirem as exigências do contrato.

“A partir do momento que você cobra pedágio de uma obra que nem seguiu aquilo que estava planejado pelo edital, e o governo não pune essas concessionárias, para mim é uma negligência por parte do Ministério dos Transportes. É praticamente um estelionato para o cidadão que corre risco em uma estrada sem segurança e pagando por aquilo que não tem”, afirmou Mourão.

Divulgada com anos de atraso, a auditoria abrangeu as obras emergenciais feitas pelas concessionárias nos seis primeiros meses após a assinatura dos acordos. Somente depois da conclusão desses trabalhos, elas teriam autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para cobrar pedágio. A CGU encontrou problemas na Fernão Dias (São Paulo-Belo Horizonte), na Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba), na Transbrasiliana, Autopista Fluminense, Rodovia do Aço (Rio de Janeiro) e Autopista Planalto Sul (Curitiba-Florianópolis). Só a Régis Bittencourt tinha 36 buracos.

Na época das concessões, o PT explorou o fato de cobrar pedágio de R$ 1, mais baixo que os valores cobrados em rodovias paulistas. “A diferença é que eles não conseguiram interpretar o espírito público de entender que dinheiro público não é para dar lucro, mas sim para dar resultado. E às vezes o custo pode ser diferente, mas a população ganha ao usar numa rodovia segura, que não tenha buracos e tenha uma manutenção rigorosa”, disse Leitão.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)