Modelo equivocado


Mendes Thame alerta para endividamento excessivo das famílias brasileiras

O líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), fez um alerta para o crescente endividamento das famílias brasileiras. Em um intervalo de cinco anos, o número dos que devem acima de R$ 5 mil aumentou em 150%, de acordo com o Banco Central. Para ele, o cenário é de “grande risco” e o governo precisa rever o modelo de estímulo à economia em que se incentiva o consumo, mas não há aumento na produção, na renda dos trabalhadores ou na geração de empregos.

Em 2005, 10 milhões de brasileiros deviam mais de R$ 5 mil. Em 2010 já eram 25,7 milhões. A dívida média de cada pessoa era de R$ 20 mil. Mendes Thame afirma que a situação tem se tornado ainda mais preocupante. Conforme destacou durante discurso nessa quarta-feira (2), indicadores do Bacen revelam que o grau de endividamento praticamente dobrou em 6 anos, passando de 21%, em dezembro de 2005, a 42,4% em dezembro de 2011.

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Pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o problema pode ter se agravado ainda mês no início deste ano. De acordo com o levantamento, o nível de endividamento já é de quase 60%. O tucano alerta que as famílias estão comprometendo o orçamento com financiamento de veículos, empréstimos, cheque especial e cartão de crédito. Os dois últimos são responsáveis por pouco mais de 80% do total. “Essa constatação nos leva a concluir que estamos diante de um cenário de grande risco”, lamentou.

“Esse é um índice altíssimo, que mostra uma exaustão no modelo estimulado pelo governo, de fazer com que o consumo seja o motor da economia”, explicou Mendes Thame. Segundo o líder, a medida gera resultados positivos em momentos de crise, mas em médio prazo pode trazer prejuízos aos cidadãos. “Não dá para termos uma economia baseada apenas no consumo, sem que haja estímulo ao aumento da produção, e aumentando a produção, aumentar o nível de empregos; aumentando o nível de empregos, aumentar a massa salarial; e essa massa salarial alavancar a produção, num círculo virtuoso da formação de riqueza”, disse.

O deputado avalia que está correta a proposta feita pela presidente Dilma aos bancos para reduzirem os juros de empréstimos, empresas e pequenos comerciantes. Porém, em sua avaliação, a medida deve estar atrelada a outras, como o estímulo à redução dos juros para as pessoas físicas e a revisão do passado que levou as pessoas a ficarem endividadas. Segundo ele, isso aconteceu após anos de incentivo ao consumo desenfreado promovido pela gestão Lula, o que agora precisa ter um freio.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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3 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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