Manobras petistas


Início dos trabalhos da CPI do Cachoeira é preocupante, avalia líder da Minoria

O começo dos trabalhos da CPI do Cachoeira é preocupante, na opinião do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP). O líder da Minoria na Câmara fez uma avaliação da primeira reunião deliberativa do colegiado, realizada nessa quarta-feira (2). O tucano reprovou as tentativas do PT de convocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para prestar depoimento à comissão, de restringir as investigações da construtora Delta apenas ao Centro-Oeste e as críticas a órgãos da imprensa.

“O que vimos ontem foi um começo extremamente preocupante. Não queremos que a CPI seja um instrumento de vingança, para dificultar o julgamento do mensalão nas próximas semanas ou nos próximos meses. Não queremos que seja um instrumento seletivo, que investigue alguns e blinde outros, nem de coação contra a imprensa”, afirmou nesta quinta-feira (3), da tribuna.

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Para Mendes Thame, o PT tentou colocar como suspeito o procurador-geral da República para se vingar da denúncia do mensalão, apresentada por Gurgel. “O PT sabe que a legislação não permite que um membro do Ministério Público se manifeste na qualidade de testemunha, respondendo sobre procedimentos de suas atribuições. É uma sórdida intimidação com o intuito de fragilizar sua atuação nos próximos meses, quando fará a denúncia dos envolvidos no mensalão no Supremo Tribunal Federal”, condenou.

O tucano acredita que a apuração da CPI não pode se restringir às relações do contraventor Carlos Cachoeira com a diretoria da Delta no Centro-Oeste. “Isso é uma ridícula tentativa de reduzir o escopo das investigações e uma afronta à inteligência dos brasileiros. Não há nenhum indício de que os métodos de aliciamento de políticos com o objetivo de vencer licitações se limitem à região Centro-Oeste. A quadrilha atuou em todo o país. Da mesma forma, nada indica que o senhor Carlos Cachoeira tenha limitado suas contravenções ao estado de Goiás”, afirmou.

Mendes Thame disse ainda que na reunião membros da comissão fizeram reclamações contra órgãos da imprensa. O deputado considera a postura “de extrema gravidade”. “Garrotear o direito de livre acesso à informação é garrotear os fundamentos éticos e políticos que estão na essência do sistema democrático. A imprensa não pode ser uma simples extensão dos governos, uma mera tuba de ressonância das ações governamentais. A expressão do pensamento e a liberdade de imprensa precisam constituir-se em direito prioritário no Estado pleno de Direito”, concluiu.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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3 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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