Mortes de Norte a Sul


Números da criminalidade no Brasil equivalem a de um país em guerra, diz Mendes Thame

Em pronunciamento nesta quarta-feira (02), o líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), afirmou que os números da criminalidade no Brasil correspondem a um cenário de guerra. “A cada fim de semana, notadamente quando se trata de um feriado próximo ou fim de semana prolongado, somos surpreendidos por estatísticas horrorosas. Os números nos assombram com revelações de que o crescimento vertiginoso da criminalidade irradia-se dos centros urbanos para as zonas rurais, cidades interioranas e para toda a parte”, alertou o tucano.

Conforme destacou, em um único final de semana foram registrados 34 assassinatos no Ceará, que se somam às 812 mortes de forma violenta entre janeiro e março. No Distrito Federal, a situação também é “terrível”, de acordo com o tucano.

“Na capital da República, a população começa a se orientar sob o comando do medo. Em áreas localizadas no centro da cidade, a cerca de quarteirões dos palácios dos três Poderes da República, há setores intransitáveis a partir das primeiras horas da noite. Em pleno dia, sequestros ocorrem em frente a escolas, em estacionamentos de igrejas, em entradas de garagens de prédios residenciais”, apontou Mendes Thame.

Play
baixe aqui

De acordo com o Mapa da Violência 2012, a ONU coloca o Brasil em quarto lugar entre os países mais violentos do mundo, com 50 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2010. “Esse número expressa um aumento de 260% dessa modalidade de crime em relação a 1980, quando registrávamos 14 homicídios para cada 100 mil habitantes. Passamos para 50 homicídios por 100 mil habitantes em 2010”, afirmou o deputado do PSDB.

No estudo, a organização ressalta que a criminalidade no Brasil cresceu, muito embora o país não se encontre em disputas territoriais. Também não há movimentos emancipatórios, guerra civil, enfrentamentos religiosos, raciais ou étnicos. “No entanto, nesse período analisado morreram, vítimas de homicídios, 193 mil pessoas. Isso é mais do que nos 12 maiores conflitos armados que ocorreram no mundo em todo esse período”, comparou.

Para ele, o cenário exige uma atitude firme do governo federal na proteção das fronteiras, por onde entram armas e drogas. “Pedi a instalação de uma Comissão Especial para discutir essas questões para que possamos, no âmbito das nossas atribuições legislativas, encontrar caminhos mais eficientes no combate à criminalidade e à impunidade. Também devemos exigir rapidez da comissão que analisa a atualização das leis para melhor tipificar alguns crimes, aumentar penas, diminuir a progressão em alguns casos. Em suma, para que a legislação não seja considerada frouxa e estimulante da impunidade”, cobrou o deputado, ao citar o fator que considera o combustível de grande parte dessa indução à criminalidade.

(Reportagem: Marcos Côrtes/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
2 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *