Reforma política


Adoção do voto distrital vai aproximar eleitor do eleito, diz Mendes Thame

O sistema eleitoral vigente no país é desanimador e aumenta a distância entre os eleitos e os eleitores, na avaliação do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP). O tucano salienta que, além de possibilitar uma campanha cara, o modelo inibe a candidatura de pessoas mais preparadas para exercer um cargo público.

De acordo com ele, é necessário mudar a legislação para acabar com as irregularidades na administração pública. “É preciso uma lei mais rigorosa que preencha as lacunas e impeça desvios de recursos e atos de corrupção que realmente desvirtuam o exercício das funções. Em segundo lugar, melhorar a qualidade da representação, fazendo com que pessoas capacitadas cada vez mais possam ter chances de serem eleitas”, afirmou.

Thame avalia que um dos caminhos para começar a mudança é implantar o voto distrital. Assim, o eleitor teria maior identificação com o candidato. Ele destaca que em estados como São Paulo, com 31 milhões de eleitores, é inviável fazer uma campanha política. Com o voto distrital, a situação seria diferente. “Isso permite a divisão do estado em distritos. Por exemplo, São Paulo elege 70 deputados federais que disputam o voto no estado inteiro. Poderíamos dividir esse estado em 10 distritos e cada um elege sete deputados federais”, explicou.

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O líder da Minoria na Câmara discorda da maneira como a política é conduzida nos dias de hoje. O tucano argumenta que os papéis estão invertidos. “O candidato escolhe o seu eleitor, o local onde ele vai fazer campanha. Isso é um absurdo. É uma distorção inacreditável. O eleitor é que deve escolher o candidato. Dentre os candidatos da sua região, conhecendo seu passado, seu presente e podendo depois da eleição ir até a sua casa cobrar o que foi prometido na campanha”, finalizou.

Na próxima quarta-feira (25), os deputados que integram a Comissão Especial da Reforma Política devem definir o procedimento e votar o relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS). A proposta está sendo discutida há um ano e dois meses no colegiado e não avança por falta de consenso entre os partidos.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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20 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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