Estado de emergência

Deputados pedem comissão geral para discutir prejuízos causados pela seca

Preocupados com os prejuízos causados pela seca, os parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara, apresentaram requerimento pedindo a realização de comissão geral no plenário da Casa para debater o assunto. Comandados pelo presidente do colegiado, Raimundo Gomes de Matos (CE), os deputados querem discutir medidas para combater os efeitos da estiagem. Líderes de 13 partidos subscreveram o documento.

Durante discurso na quinta-feira (19), o tucano afirmou que, de 2011 para 2012, houve um aumento de 469% do número de cidades em estado de emergência só no Nordeste. Mais de mil municípios encontram-se nessa situação no Brasil. Gomes de Matos destacou que as causas da falta de chuvas precisam ser debatidas com autoridades do governo, cientistas, professores e universidades. “Assim podemos também propor soluções para conviver com essa condição climática em nosso país, amenizando os efeitos”, disse.

O deputado demonstrou preocupação com o agronegócio. De acordo com a Conab, a safra de grãos deve ser comprometida. Como lembrou o parlamentar, o setor “salvou o Brasil de um PIB negativo” em 2011. “Por isso é necessário adotar estratégias para manter o homem no campo, para fortalecer a agricultura familiar e a cadeia produtiva do agronegócio.”

O deputado defende a adoção de uma política nacional de convivência com a estiagem e outra para a agricultura.  Em sua avaliação, o ideal seria criar uma espécie de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a área e destinar mais recursos.

Ainda durante o discurso, Gomes de Matos afirmou que a seca hoje não é mais um problema exclusivo do Nordeste. Os estados do Sul, parte do Sudeste e o sudoeste de Mato Grosso do Sul também têm sido castigados.  Segundo dados oficiais, já se perderam 100 toneladas de soja. Por causa dos problemas nessas regiões, há uma redução observada de 9,72 milhões de toneladas de soja e 1,95 milhão na safra de arroz.

“A nossa proposta é transformar a sessão plenária em Comissão Geral para que possamos contribuir, ouvidas as autoridades governamentais, para que sejam minimizadas as consequências socioeconômicas e mantida a ordem social”, destacou.

Buscar soluções para os problemas é, na avaliação do deputado, contribuir com a paz social, que é ameaçada com a redução da produção de alimentos. “Temos que garantir o PIB e ter um produto para o consumo humano e que gere renda e riqueza por meio da exportação, mas também temos que ter a corresponsabilidade suprapartidária de fazer com que haja paz social no nosso país”, concluiu.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)