Tirar a limpo


Indicado para integrar comissão de inquérito, Carlos Sampaio espera apuração abrangente

Indicado pelo PSDB para integrar a CPI Mista do caso Cachoeira, o deputado Carlos Sampaio (SP) tem expectativa de uma apuração imparcial e não chapa-branca. “O foco é apurar todos os tentáculos e ramificações do envolvimento do Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados. É importante que haja essa abrangência porque são vários órgãos, parlamentares e todos serão investigados. Essa não é uma CPI de oposição contra situação ou situação contra oposição. O Brasil quer tirar a limpo quem de fato se envolveu com essa organização criminosa garantindo vantagens ilícitas”, explicou.

Para Sampaio, o comando do colegiado não deveria ficar nas mãos de governistas. “A nossa expectativa é que essa investigação ocorra com a isenção necessária, sem que o governo determine quem vai ser o presidente e o relator, ou seja, sem que haja chapa-branca. Já que é uma CPI nacional, que nós possamos ter a relatoria, pois a presidência deve ser indicada pelo Senado”, afirmou.

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Pela tradição, a presidência das CPIs fica com o PMDB do Senado e a relatoria cabe ao PT da Câmara. Se isso acontecer de fato, o deputado defende a criação de subrelatorias para ampliar a investigação, a exemplo do que aconteceu nas comissões anteriores. “Isso direciona a investigação, secciona, e, portanto, traz mais transparência e agilidade. A criação de subrelatorias é fundamental para o êxito da apuração”, disse.

O tucano condenou a intenção do PT de abafar o julgamento do mensalão com a comissão. “Essa CPI não tem nada a ver com o mensalão. Longe do presidente do PT agir de forma coerente com a sua história, ele demonstra preocupação com o julgamento, ou seja, se está preocupado é porque isso pode resvalar na imagem ética e proba que o partido sempre procurou mostrar”, declarou.

Para ele, quando há pressão da sociedade e da imprensa, a CPI não acaba em pizza. Ele deu o exemplo da CPI dos Sanguessugas, da qual foi sub-relator. Conforme lembrou, mesmo em ano eleitoral (2006), a comissão pediu a cassação de 72 parlamentares. “A oposição nunca trabalhou  para que uma CPI se transformasse em pizza. Ao contrário, sempre atuou para que houvesse uma apuração efetiva. A orientação é que haja nessa CPI uma investigação com equilíbrio e bom senso”, explicou.

→ A CPI Mista terá 30 integrantes: 15 senadores e 15 deputados e igual número de suplentes. O PSDB terá duas vagas.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Saulo Cruz/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower/Vídeo: Hélio Ricardo)

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12 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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