Prejuízo para o agricultor


Deputados cobram do governo socorro aos produtores rurais com dívidas no Banco do Nordeste

O presidente da Comissão de Agricultura, Raimundo Gomes de Matos (CE), anunciou nesta terça-feira (10) a elaboração de um estudo sobre o endividamento de produtores rurais nordestinos. O documento será entregue ao Planalto na tentativa de solucionar o problema.

Para o tucano, a situação é desesperadora, pois falta uma política nacional de crédito e de seguro rural. “Temos que culpabilizar a instância insensível do governo que não vê realmente que aquele pequeno produtor está perdendo as suas terras. E aquela terra que o banco recebe em garantia fica lá abandonada. Quantos mil hectares hoje estão no patrimônio dos bancos que são reutilizados? Muito pelo contrário, fica, deteriorando”, afirmou.

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Segundo Romero Rodrigues (PB), os débitos de quatro mil produtores paraibanos já foram executados pela Justiça por conta da falta de pagamento ao Banco do Nordeste. Para ele, o governo precisa perdoar as dívidas. “Se essa tendência continuar, o banco será sem dúvida, num presente muito próximo, o maior latifundiário do Brasil em função exatamente das execuções. Os agricultores não pagam porque infelizmente o juro é alto, a correção monetária é grande e o produtor tem sofrido por secas contínuas”, destacou.Cerca de 1,8 milhão de produtores rurais devem R$ 21 bilhões ao Banco do Nordeste.

De acordo com Ruy Carneiro (PB), o Executivo deveria seguir o exemplo de países europeus e dos Estados Unidos, que subsidiam a produção rural. Segundo o parlamentar, a presidente Dilma precisa entender que o financiamento rural é uma área essencial para a economia. “É um empréstimo para um setor primário que é prioridade do país. Se o Banco do Nordeste tomar as terras de todos esses produtores, ele passa da noite para o dia a ser o maior latifundiário da Paraíba”, enfatizou.

Carneiro destacou as propostas apresentadas pela Assembleia Legislativa da Paraíba para minimizar o endividamento no Nordeste. Entre as medidas, estão a concessão do bônus de adimplência sobre o valor da prestação; redução do valor mínimo exigido para pagamento; liquidação dos juros vincendos das operações renegociadas; prorrogação do prazo do financiamento; amortização para a região da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) de 1% ao invés de 2%; autorização para fazer um novo financiamento para liquidar as parcelas de juros vencidas; correção das prestações vencidas da securitização; reclassificação do porte do produtor; e a proibição de cobrança de qualquer tarifa para renegociar as dívidas.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Beto Oliveira/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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10 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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