Fim da impunidade


Julgamento de réus do mensalão deve ser prioridade do STF, cobram tucanos

O julgamento dos réus do mensalão precisa ser prioridade do Supremo Tribunal Federal (STF), na avaliação dos deputados Ricardo Tripoli (SP) e Raimundo Gomes de Matos (CE). Os tucanos cobram rapidez no processo e acreditam que a sociedade espera a condenação dos envolvidos no maior escândalo de corrupção do governo Lula como forma de dar um basta na impunidade. Em entrevista à revista “Veja”, o ministro Carlos Ayres Britto afirmou que colocará o caso em pauta 48 horas após a conclusão do trabalho do ministro-revisor, Ricardo Lewandoski. Britto assumirá a presidência do STF no próximo dia 19.

“A sociedade espera um resultado rápido, visando punir adequadamente quem cometeu esses crimes, como aconteceria com qualquer outro cidadão brasileiro”, destacou Tripoli nesta segunda-feira (9). Ao todo, são 40 réus no processo do esquema de compra de apoio parlamentar conhecido como mensalão.

O escândalo veio à tona em 2005, quando o então deputado federal Roberto Jefferson declarou em entrevista à “Folha de S.Paulo” publicada em 6 de junho que o PT pagava uma mesada de R$ 30 mil para deputados da base aliada no Congresso (fác-simile abaixo). De acordo com a denúncia da Procuradoria Geral da República, José Dirceu (foto) era o “chefe da quadrilha”. Em dezembro daquele ano, o petista teve seu mandato cassado na Câmara.

Na avaliação de Tripoli, a possibilidade de prescrição das penas torna ainda mais importante a celeridade no processo. “É muito tempo sem julgamento. É fundamental que o Judiciário dê uma resposta à sociedade”, afirmou.

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“Quando o ministro Ayres Britto coloca a necessidade de o STF julgar esse processo, ele vai ao encontro do desejo de boa parte da população, que vê com indignação a morosidade no tratamento desse processo”, destacou Gomes de Matos. Para ele, é “estarrecedor” não haver uma definição em relação aos “mensaleiros que roubaram recursos públicos da população em benefício próprio”.

“Creio que a Justiça não vai deixar a população sem uma resposta positiva no tocante ao julgamento”, comentou. Segundo o tucano, alguns dos envolvidos exercem mandatos e até ocupam cargos no governo federal. Outros, segundo ele, continuam atuando como lobistas. “É vergonhoso para a sociedade ver essas pessoas ainda terem influência inclusive junto ao governo”, apontou. De acordo com Ayres Britto, esse deverá ser o julgamento mais importante da história do Supremo em termos de direito penal.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Câmara e fác-simile da Folha de S.Paulo/ Áudio: Elyvio Blower)

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9 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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