Setor em crise


Duarte Nogueira cobra medidas para acelerar indústria nacional

Durante pronunciamento, o deputado Duarte Nogueira (SP) fez um balanço das ações da presidente Dilma Rousseff. O tucano demonstrou preocupação com as dificuldades da indústria brasileira, o desemprego e a falta de investimentos em obras essenciais para o país.

De acordo com Nogueira, o anúncio das medidas de incentivo ao setor foi marcado estrategicamente pelo Planalto para esta terça-feira (3). O evento coincidiu com o anúncio do IBGE de que a indústria cresceu 1,3% em fevereiro, depois de uma queda de 1,5% no mês anterior. “Ou seja, o governo demonstra estar mais preocupado com o efeito político do anúncio do que com o efetivo resultado das medidas anunciadas”, criticou.

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Segundo lembrou, desde 2007, esse é o sétimo conjunto de medidas anunciadas pelo Planalto. “E mesmo assim os resultados são pífios: a taxa de investimentos da economia não cresceu, os investimentos em pesquisa são ainda muito insuficientes e a capacidade de inovação tecnológica é precária”, lamentou.

Para o tucano, isso ocorre porque não há ações efetivas nem planejamento para o futuro, voltados à construção de um ambiente econômico favorável ao crescimento do país. Investimento em infraestrutura, em pesquisa e desenvolvimento, redução da carga tributária e dos juros e a retomada das reformas estruturais – iniciadas nas gestões de Fernando Henrique Cardoso, mas abandonadas pelo PT -, são algumas das medidas defendidas pelo deputado para mudar esse quadro.

“Como o governo não faz a lição de casa, o Brasil cresce menos do que os demais países emergentes e sofre com o processo de desindustrialização. O modelo econômico privilegia o investimento especulativo e não o produtivo, enquanto escancara as portas do país para a entrada de bens industrializados importados. Sem falar no desemprego. Só no setor de máquinas e equipamentos existem 770 mil desempregados”, disse.

Segundo o deputado, há recursos para investimentos em infraestrutura, mas o governo, por pura incapacidade, não consegue tirar as obras do papel. De acordo com levantamento da Assessoria de Orçamento do PSDB, dos R$ 82,2 bilhões autorizados para investimentos, nos três primeiros meses do ano foram efetivamente pagos apenas R$ 620,3 milhões, ou seja, 0,8% do total. Em relação ao PAC, no mesmo período, foram pagos apenas 0,5% ou R$ 220 milhões dos R$ 42,5 bilhões autorizados para este ano.

Promessas descumpridas:

Transposição do São Francisco: As obras estão paradas e o pouco que já foi feito começa a se perder. A obra, inicialmente orçada em R$ 4,5 bilhões, já está em R$ 8,2 bilhões. “É uma covardia o que os governos do PT fazem às vésperas das eleições. Eles vão até o Nordeste, renovam a promessa da transposição e o que se tem? Muitos trechos abandonados, custos cada vez mais caros, trabalhadores demitidos e a população desiludida esperando a água que nunca chega.”

Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs): Promessa de campanha para área de segurança pública previa instalação de 2.883 unidades pacificadoras no país. “Palavras que foram ditas em palanques hoje não valem mais nada. Promessas foram abandonadas. A presidente engavetou até a construção das UPPs.”

Creches: Duarte criticou o fato de a presidente terminar 2011 sem entregar nenhuma das mais de 6 mil creches prometidas.

UPAs: Um dos destaques na propaganda eleitoral da então candidata Dilma em 2010 foi a exaltação das Unidades de Pronto Atendimento 24 horas, as chamadas UPAs. O jornal “O Globo” revelou que, das 90 prometidas, apenas 30 estão prontas. Nesse ritmo, lembrou o deputado, a promessa das 500 unidades até 2014 só será cumprida em 2026.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Luiz Alves/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

 

 

 

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3 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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