Não agradaram ninguém


Para sindicalistas e empresários, ações para combater desindustrialização são insuficientes

O pacote anunciado pela presidente Dilma nesta terça-feira (03) não agradou nem sindicalistas e nem empresários. Os dois lados apontaram a timidez das ações da gestão petista e a falta de reformas estruturais que permitam dar mais competitividade e eficiência ao setor produtivo.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, há uma série de dificuldades enfrentadas pelo segmento. “Hoje ficou muito caro produzir no Brasil. O real está sobrevalorizado, os juros são muito elevados, a energia é uma das mais caras do mundo, os custos com transportes e logística são mais altos que em outros países. Precisamos atacar esses problemas para voltarmos a competir em condições de igualdade no mercado global”, apontou.

Skaf lembrou que o pacote anunciado não contribui para amenizar os efeitos negativos provocados por essas questões conjunturais. “Da porta pra dentro, nossas empresas são competitivas, mas o cenário adverso rouba essa competitividade. Corrigir essas distorções não está ao alcance das empresas, é uma atribuição do governo”, declarou.

Para a Fecomercio-SP, o plano de incentivo à indústria não estimula o desenvolvimento do país. Para a entidade, as medidas apresentadas são pontuais, ineficientes e tem potencial para gerar complicações no futuro. De acordo com a “Folha.com”, o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, também considerou o pacote tímido. Escolhido para representar os sindicalistas na cerimônia, ele cobrou uma reforma tributária, algo que não está nos horizontes do governo do PT.

Enquanto a presidenta anunciava as medidas, sindicalistas ligados à Força Sindical realizaram um protesto em frente ao Palácio do Planalto. Vestidos como chineses, os sindicalistas protestaram contra a entrada de produtos asiáticos no Brasil. Amanhã, a partir das 10h, o estacionamento da Assembléia Legislativa de São Paulo será palco do “Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego”, mobilização que vai reunir entidades do setor produtivo e de centrais sindicais contra o enfraquecimento da indústria nacional.

(Da redação)

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3 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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