Só pensam no curto prazo


“Falta visão estratégica para o governo”, diz líder do PSDB ao avaliar pacote econômico

Para o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff para tentar reverter o quadro de desindustrialização enfrentado pelo país são claramente insuficientes. De acordo com o tucano, o governo, como sempre faz, se limita a divulgar um conjunto de medidas pontuais em vez de agir para a conquista de condições estruturais e sustentáveis de competitividade de todo o sistema econômico brasileiro.

“Falta visão estratégica para o governo, que tem insistido em ações paliativas em vez de retomar as reformas estruturais, que foram abandonadas nos governos do PT. Falta propor medidas de longo prazo, sinalizar para um rumo claro e adotar ações bem planejadas que efetivamente contribuam para melhorar o clima de investimentos produtivos no país”, disse.

O líder afirmou também que a estratégia de conceder subsídios aos financiamentos e reduzir pontualmente alguns tributos é recorrente nos governos do PT. Isso, no entanto, tem produzido resultados pífios – a taxa de investimentos da economia não aumentou, os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento estão abaixo do necessário, a capacidade de inovação tecnológica é precária, a indústria de transformação está estagnada e a produtividade do setor tem crescido muito menos do que os custos de produção.

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Para sindicalistas e empresários, ações para combater desindustrialização são insuficientes

“Os investimentos do governo, além de baixíssimos, são mal planejados e executados. Como consequência, as obras do PAC não andam. Por medo de enfrentar desafios e também por pura ineficiência, o governo não faz o que precisa ser feito para o país crescer e se desenvolver”, afirmou o líder do PSDB na Câmara.

De acordo com levantamento da Assessoria de Orçamento do PSDB, do total autorizado para investimentos – R$ 81,2 bilhões – nos três primeiros meses do ano foram efetivamente pagos apenas R$ 620,3 milhões, ou seja, 0,8% do total. Em relação ao PAC, no mesmo período, foram pagos apenas 0,5% ou R$ 220 milhões dos R$ 42,5 bilhões autorizados para este ano.

“A despeito da existência de recursos orçamentários e de alegar que dispõe de sistemas gerenciais sofisticados, o governo não consegue tirar as obras do papel”, afirmou Araújo.

Em discurso nesta terça-feira (3), o deputado Vanderlei Macris (SP) criticou o excesso de remendos na política econômica. Para ele, o governo petista já poderia ter realizado uma reforma tributária profunda, modernizando a economia. “Ao contrário, o que se tem visto é sempre menos do menos. Monta-se um palco para, em grandes solenidades, com pompa e circunstância, anunciar medidas tópicas que, na realidade, significam um verdadeiro enxuga-gelo. Esta é a sétima vez que os governos do PT, pressionados sobretudo pelo setor privado, vêm anunciar a redenção da indústria”, comentou.

No mês passado, uma comissão de parlamentares da oposição visitou o trecho da transposição do rio São Francisco em Mauriti, no Ceará. Os parlamentares constataram o que a execução financeira do PAC denuncia: as obras estão paradas e o pouco que já foi feito começa a se perder. Inicialmente orçado em R$ 4,5 bilhões, o empreendimento já está em R$ 8,2 bilhões.

(Da assessoria de imprensa da Liderança do PSDB/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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3 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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