Foco na prevenção


Tucanos cobram mecanismos de segurança para evitar novos vazamentos de petróleo

O vazamento de petróleo que afetou a Bacia de Campos na última semana comprova o despreparo do governo brasileiro para lidar com problemas dessa natureza. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (19) pelos deputados César Colnago (ES) e Marcus Pestana (MG). Quatro meses depois de um acidente que jogou ao mar 2.400 barris de óleo (foto), um novo afloramento surgiu a três quilômetros do local, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.

Para Colnago, é fundamental que o processo de exploração do produto tenha tecnologia e cuidados especiais. “É importante que toda riqueza colocada no fundo do mar tenha a maior segurança, que nos dê tranquilidade de ter um petróleo de qualidade e que não seja danoso ao meio ambiente”, disse. De acordo com ele, o Executivo federal é o responsável e a Petrobras deve se submeter às regras ambientais para que isso não volte a ocorrer.

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O tucano defende punição para as empresas que não seguirem os procedimentos de prevenção. “Ou o desenvolvimento dessas técnicas precisa evoluir ou não estão seguindo corretamente o que deve ser feito para evitar novos acidentes. Falta vigilância do governo em torno das companhias exploradoras. Não podemos ficar submetidos a toda semana ver manchete sobre o tema, o que demonstra uma irresponsabilidade do governo, da Petrobras ou mesmo da operadora”, completou.

Em relação ao Plano Nacional de Contingência, que continua no papel, Colnago avaliou: “O governo não tem muita preocupação com a prevenção nem em evitar de gastar milhões com a recuperação. Economizariam muito mais fazendo a prevenção e investindo em equipamentos”, concluiu.

Marcus Pestana cobra mecanismos para evitar novos casos. Segundo ele, a sociedade deve fiscalizar para que a riqueza seja gerada sem danos ao meio ambiente. “A Agência Nacional de Petróleo (ANP) foi loteada dentro da política do ‘é dando que se recebe’. Perdeu o profissionalismo e está muito mais fragilizada em termo de fiscalização e acompanhamento da exploração do petróleo”, lamentou.

Óleo derramado

→ Segundo o Instituto Teotônio Vilela (ITV), só neste ano a Petrobras registrou cinco acidentes em suas plataformas. No total, cerca de 130 mil litros de óleo foram derramados. Em janeiro, 25 mil litros escorreram na Bacia de Santos, o que rendeu multa de R$ 50 milhões à empresa.

→ O Plano Nacional de Contingência, esperado desde o início da década, está pronto, mas depende da aprovação de inúmeros ministérios e da presidente Dilma antes de ser implantado.

→ A ANP autuou a Chevron pelo segundo acidente. No entanto, passados quatro meses do primeiro, ainda não concluiu o processo administrativo contra a empresa. Sem terminar o processo, não se pode determinar o valor da multa.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Divulgação/ABr/ Áudio: Elyvio Blower)

 

 

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19 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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