Mãos atadas

Para Domingos Sávio, democracia é corroída pela interferência do Planalto no Congresso

O deputado Domingos Sávio (MG) acredita que a interferência do governo no trabalho do Congresso corrói a democracia. Para ele, o excesso de medidas provisórias tranca a pauta e os parlamentares ficam de mãos atadas. O tucano discursou no plenário nesta sexta-feira (16).

Ele lembra que as MPs deveriam seguir o princípio constitucional da urgência e extrema relevância pública, mas isso é ignorado pelo Planalto. “É a mazela de um estado democrático autocrático de dizer: olha, vamos fazer assim porque virou rotina. Agir mal virou rotina”, reclamou.

Sávio ressalta que não é conveniente para a gestão petista que a matéria seja debatida e apresentada ao público. O tucano destaca que a Casa abdicou do poder e dever de legislar para o povo brasileiro. Diante disso, o Executivo e o Judiciário assumiram a função.

O parlamentar lembra que a democracia fica comprometida quando o Congresso deixa de ser um verdadeiro espaço democrático. Por trás disso, explica Sávio, se escondem as negociatas. “Eu me refiro não só à corrupção explícita e nojenta, mas à subserviência, aos acordos espúrios que infelizmente fazem com que todos sejamos nivelados por baixo pela opinião pública. Não podemos aceitar isso. Temos centenas de homens e mulheres dignos e sérios, que optam pela vida pública, querendo melhorar esse país”, observou.

De acordo com o tucano, quando se chega ao ponto de falar em ranking de corrupção é porque o problema está banalizado. O sistema do “toma lá dá cá” estruturado pelo atual governo é promíscuo e estimula a prática. O tucano frisa que o tema não pode ser tratado como algo banal, a exemplo da distribuição de cargos em função de interesses pessoais.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)