Passo importante


Veto a aromatizantes em cigarros é positivo para a saúde pública, avalia Colnago

O deputado César Colnago (ES) comemorou a decisão da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que aprovou nesta semana a proibição do uso de aromatizantes nos produtos derivados de tabaco. A resolução vai barrar o uso de substâncias como menta e cravo, que dão sabor ao cigarro. Segundo especialistas, esses aditivos são parte da estratégia da indústria para atrair jovens.

“Essa medida influenciará direta e positivamente na diminuição do número de novos jovens fumantes, o que é um importante passo na luta pela melhoria da saúde pública”, destacou o tucano, durante discurso em plenário nesta quinta-feira (15). A decisão, de acordo com Colnago, não afetará nenhum agricultor familiar ou produtor de fumo. O deputado considera equivocadas as afirmações de defensores dos aromatizantes de que poderia haver diminuição de postos de trabalho na indústria do tabaco ou incentivo ao mercado ilegal.

O tucano destaca que a produção brasileira de fumo em folha cresceu 34% entre 2000 e 2009, com aparente queda no consumo interno. Os dados foram obtidos pela Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) e o Levantamento da Produção Agrícola LSPA e IBGE. “Cerca de 87% da produção de fumo em folha é destinada ao mercado externo. Portanto, a medida não afetará a fumicultura”, afirmou.

Colnago afirma que a adição de sabores e açúcar mascara o sabor desagradável do cigarro e aumenta as chances de vício, sobretudo entre os jovens, pois a cada dois que experimentam, um fica dependente. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o consumo de cigarros aromatizados entre adolescentes de 13 a 15 anos, e adultos e jovens de 17 a 35 anos no país chega a 44%. Não bastasse, existem estudos científicos que revelam que aditivos como flavorizantes e adoçantes são deliberadamente usados para desenvolver os chamados produtos para iniciação.

Apesar de considerar um importante avanço  a proibição dos flavorizantes, substâncias que conferem ou intensificam o sabor e o aroma dos cigarros, o deputado afirma que existe agora um novo desafio. “Lamentamos que o uso do açúcar, também uma reivindicação da indústria do tabaco, continuará permitido. Essa é outra luta que ainda temos pela frente, e da qual os brasileiros e a saúde pública também sairão vencedores”, afirmou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Luiz Alves/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
15 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *