Inversão de prioridades


Tucanos criticam governo por cortar no Orçamento investimentos e emendas

Assim como no ano passado, o corte no Orçamento anunciado pelo governo federal afeta em cheio áreas prioritárias para a sociedade, como infraestrutura, saúde e educação. Para deputados tucanos, o contingenciamento de R$ 55 bilhões desrespeita o Congresso ao vetar emendas parlamentares. Já os gastos com a máquina pública, que deveriam ser diminuídos, foram os que sentiram o menor efeito da tesourada da Presidência.

A medida inclui cortes de R$ 20 bilhões em despesas obrigatórias, que, na teoria, não poderiam ter redução. A administração federal barrou R$ 25 bilhões previstos para investimentos. Desse valor, R$ 20,3 bilhões são provenientes de emendas. A decisão desmente o discurso da presidente Dilma, que prometeu poupar a rubrica.

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A saúde também sofre nas mãos da gestão petista. Foram bloqueados R$ 5,4 bilhões da área, enquanto a educação perdeu R$ 2 bilhões. Os gastos com custeio – dinheiro usado para manutenção da estrutura pública – tiveram contingenciamento de apenas R$ 10 bilhões.

Para o deputado Rogério Marinho (RN), coordenador da bancada tucana na Comissão Mista de Orçamento, há uma inversão de prioridades. A União precisa segurar o custeio e aumentar investimento, segundo ele. “O governo não apresenta recursos para cobrir despesas necessárias e o Parlamento tem que tapar os vácuos deixados pelo Ministério do Planejamento.”

Marinho acredita que há uma inversão de prioridades. A União precisa segurar o custeio e aumentar investimento, analisa. “Lamentavelmente, parte do corte afetou a saúde, que tem alta demanda no Brasil. Mas, em relação à área, não há atitude por parte do PT para equacionar os problemas”, disse.

O líder tucano na Câmara, Bruno Araújo (PE), reprovou a tesourada. Ele defende redução drástica dos gastos para custeio. Na semana passada, a bancada encaminhou proposta à presidente Dilma de reengenharia da administração direta federal, baseada no enxugamento de 38 para 31 estruturas ministeriais, na diminuição de 20% das despesas de custeio e de, no mínimo, 20% do número de cargos em comissão do grupo DAS (Direção e Assessoramento Superiores). As medidas produziriam uma economia de, no mínimo, R$ 3,3 bilhões por ano.

Primeiro vice-líder, o deputado César Colnago (ES) afirmou que o Planalto “tira investimentos essenciais de áreas importantes para a vida do brasileiro, enquanto a máquina continua inchada, com excesso de funcionários comissionados e ministérios”.

Em seu twitter, Eduardo Azeredo (MG) lembrou que Dilma havia bloqueado R$ 5 bilhões da saúde com o veto à regulamentação da Emenda 29. “Agora, mais uma incoerência”, disse. Também no microblog, Rui Palmeira (AL) condenou o anúncio, que pode afetar o crescimento e o desenvolvimento, segundo ele. Na opinião de Marcus Pestana (MG), essa é outra prova da incoerência do PT. “Não dá para entender. As pesquisas mostram que a principal prioridade dos brasileiros é saúde. Maior corte do governo Dilma: R$ 5,4 bilhões na saúde”, disse pelo Twitter.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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16 fevereiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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