Denúncias graves


Oposição vai à Comissão de Ética Pública e ao MP contra os ministros Guido Mantega e Gilberto Carvalho

A oposição anunciou nesta terça-feira (14) ações que visam esclarecer suspeitas contra os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, após reunião na Liderança tucana no Senado. Carvalho é objeto de consulta (veja íntegra) à Comissão de Ética Pública da Presidência encaminhada pelo PSDB na Câmara e também alvo de pedido de investigação do Senado endereçado ao Ministério Público Federal. A Procuradoria Geral da República também receberá dos senadores representação solicitando apuração de supostos atos de improbidade administrativa cometidos pelo titular da Fazenda.

De acordo com reportagem da revista “Veja” desta semana (leia íntegra aqui), a advogada Christiane Araújo de Oliveira revelou ao Ministério Público e à Polícia Federal que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República, como Gilberto Carvalho. No governo Lula, quando o petista ocupava o cargo de chefe de gabinete do presidente, ela teria pedido a interferência do ministro para nomear o procurador Leonardo Bandarra como chefe do Ministério Público do Distrito Federal. Como lembra a reportagem, o pedido foi atendido.

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“Esperamos que expliquem a troca de e-mails entre um ministro de Estado e Cristiane”, disse o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), ao se referir às mensagens publicadas por “Veja” nas quais a advogada pede a recondução de Bandarra, ato que dependia da Presidência. A revista destaca a revelação posterior à nomeação da suposta atuação de Bandarra na máfia brasiliense, suspeita de ter desviado mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos. O magistrado foi exonerado e responde a cinco ações na Justiça. “As denúncias envolvendo Carvalho são muito graves e mostram um poder sem limite entre público e privado, permeável a pressões e atos irregulares”, avaliou o líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP).

Já Mantega teria se omitido em relação aos fatos envolvendo a Casa da Moeda, onde haveria um suposto esquema comandado pelo então presidente da instituição, Luiz Felipe Denucci. Mesmo após ter sido alertado pela Receita e Polícia Federal sobre robustos indícios de corrupção, o titular da Fazenda manteve Denucci no cargo. Ele só foi demitido após a “Folha de S.Paulo” mostrar que o chefe da Casa da Moeda teria recebido propina de fornecedores do órgão via duas empresas no exterior em nome dele e da filha.

Independentemente da representação, Bruno Araújo afirmou que a oposição continuará defendendo a convocação de Mantega para dar explicações ao Congresso. No último dia 7, o PSDB apresentou requerimento neste sentido. “A estratégia de pedir a vinda dele permanece ativa. Vamos apenas aguardar o reinício das comissões”, disse o líder do PSDB. “Avaliamos que há muito a ser esclarecido no comportamento de ministro que fica sabendo que o presidente de um órgão a ele subordinado está delinquindo e leva um ano para tomar providências. Isso é mais do que ser omisso: é compactuar com a delinquência”, reprovou Mendes Thame.

 

(Reportagem: Marcos Côrtes/Fotos: Cadu Gomes/Áudio: Elyvio Blower)

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14 fevereiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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