A máscara caiu
Ao mostrar coerência, líder desafia Partido dos Trabalhadores a discutir privatizações
Convicto das posições do PSDB, o líder tucano na Câmara, Bruno Araújo (PE), desafiou o partido da presidente Dilma a discutir o processo de privatização que levou o Brasil ao desenvolvimento. Na visão do deputado, a máscara petista caiu em plena véspera de carnaval. “Ouviremos novamente qual é o pensamento do PT”, disse. Ele faz referência à troca de opinião da legenda, que demonizou por anos as concessões.
Após nove anos na Presidência, o PT rasgou sua fala raivosa contra o sistema. Na semana passada, ofertou à iniciativa privada três dos principais aeroportos do Brasil: Viracopos, Guarulhos e Brasília.
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“Vai ser um longo tema, um longo caminho. Discutiremos de forma clara com a sociedade essa que foi uma grande farsa, uma grande mentira.” Na outra ponta, os tucanos continuarão coerentes. “Não mudaremos nada do que dizemos. Não faremos trocadilhos. O discurso de dez anos atrás é o mesmo de hoje”, acrescentou.
Como recorda, o governo Fernando Henrique Cardoso transformou a economia nacional. Implantou o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER). Em massa, os petistas foram contrários às propostas, que beneficiaram a atual gestão federal.
Amplamente criticada pelo PT, a transferência ao setor privado das telecomunicações permitiu que o número de telefones celulares habilitados passasse de 800 mil para 242,2 milhões no fim de 2011, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Quanto à Vale do Rio Doce, a quantidade de empregados da mineradora subiu de 11 mil para 100 mil colaboradores, aponta Araújo. “O Brasil colhe resultado objetivo.”
No discurso em plenário, o líder afirmou que o partido de Dilma jogou para escanteio um sonho defendido antes de chegar ao poder: a bandeira da ética. “Esse sonho, que o PSDB concordava, ele abandonou. Deixou de lado o compromisso com a coisa pública.” Se as incoerências são incontáveis, as realizações seguem caminho oposto. O governo atual foi incapaz de fazer as reformas estruturantes e essenciais, como a trabalhista, previdenciária, tributária e política.
(Reportagem: Gabriel Garcia / Foto: Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)
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