Postura duvidosa

PT completa 32 anos com crise de identidade e histórico de contradições

O Partido dos Trabalhadores chega aos 32 anos com uma crise de identidade. Essa é a avaliação do líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), nesta sexta-feira (10), dia em que o PT comemora aniversário de fundação. Para o tucano, no poder o partido tem uma postura completamente diferente de quando era oposição.

“Parece que o PT chegou aos seus 32 anos em crise de identidade. Ou melhor, mostrando sua real face à sociedade. Na oposição, atacou as privatizações e o PSDB. No poder, privatizou os aeroportos. Agora quer dizer que privatizou sem privatizar”, afirmou pelo Twitter. Depois de demonizar por anos o processo de privatizações, o governo federal realizou na última segunda-feira (6) o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. No entanto, não admite que se trata de privatização, mas de concessão dos terminais à iniciativa privada.

Araújo lamentou a decisão tardia da gestão petista. “Lá se vão 10 anos de atraso. Se os aeroportos tivessem sido privatizados antes, estariam em condições melhores e prontos para a Copa”, ressaltou.

Segundo o líder, o partido petista tem obsessão pelo poder, pelo aparelhamento do Estado e pelo controle da mídia. Ele demonstrou preocupação com a postura. “O PT é contra a liberdade de expressão. Isso é muito perigoso. A liberdade de expressão é a essência da democracia. Quando a imprensa é livre, a democracia se fortalece”, escreveu no microblog. “O PT chegou ao poder, loteou o Estado. Imprensa livre interessava quando o partido era oposição. Agora, não mais. O verniz democrático desgastou”, acrescentou. Bruno Araújo disse ainda que o Partido dos Trabalhadores “faria um favor à sociedade” se discutisse meios de acabar com a corrupção no governo federal.

Também no Twitter, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), criticou as tentativas de controle da mídia. “O PT faz de tudo para se perpetuar no poder e abafar as vozes que se levantam contra a corrupção e os desmandos no governo federal”, comentou. Ele lembrou que ainda não houve punição para os ministros afastados por denúncias de irregularidades. “O PT inchou a máquina pública – hoje tem 25 mil cargos comissionados no governo federal – e não consegue melhorar os serviços públicos”, destacou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Ag. Câmara)