Fracasso

Visita de Dilma a obras atrasadas no Nordeste constata paralisia do PAC

A passagem da presidente Dilma por dois dos maiores empreendimentos do governo federal nesta semana ficou marcada por atrasos e problemas, na avaliação do deputado Antonio Imbassahy (BA). Durante visita às obras de transposição do São Francisco e da ferrovia Transnordestina ficou claro o abandono das construções, numa demonstração clara do fracasso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como destacou o parlamentar nesta sexta-feira (10).

A presidente chegou a cancelar visitas e mudar o itinerário para não passar por trechos que permanecem no papel. Foi o caso da visita a Missão Velha (CE), onde as obras da ferrovia pararam e só restam 190 dos 813 funcionários contratados. Nos locais por onde passou, Dilma garantiu que não aceitará novos aditivos nos contratos com as construtoras. Extraoficialmente, a empresa responsável diz que é necessário acréscimo de 5% no montante, que já passou de R$ 3 bilhões para R$ 5,4 bilhões.

“O que se vê é que não há fiscalização ou acompanhamento de nada, mas sim muita propaganda de algo que não existe”, apontou Imbassahy. Para o deputado, é impressionante que a presidente esteja à frente do Executivo há mais de um ano e só agora diga que vai cobrar o cumprimento dos prazos. Antes de se tornar presidente, Dilma já era considerada a grande gerente do governo Lula e a “mãe do PAC”.

Para o deputado, a imagem de boa gestora da presidente tem sido desconstruída. “Essa visita mostrou que realmente o PAC é um fracasso e que há muito dinheiro público sendo jogado fora”, disse. Ele afirma que a incapacidade gerencial e a ausência de recursos são as responsáveis pelas dificuldades. Segundo o “Estadão”, a Transnordestina recebeu em 2011 apenas 13% do R$ 1,3 bilhão previsto.

“A avaliação geral da gestão do PT é muito ruim. O que vemos e temos denunciado é que o PAC não existe. É algo que está parado. Gostaríamos que as obras fossem tocadas de maneira responsável e consequente, com valores adequados, mas não é isso que acontece”, lamentou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Saulo Cruz/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)