Segurança comprometida

Deputados cobram ações efetivas do governador da Bahia para solucionar greve de policiais

Os deputados Antonio Imbassahy (BA) e Bonifácio de Andrada (MG) criticaram a postura do governador da Bahia, Jaques Wagner, diante da greve de policiais militares no estado. Os parlamentares cobraram ações efetivas do governo baiano para solucionar a situação, considerada grave pelos tucanos. Eles destacaram que o movimento tem estimulado a paralisação de militares em outros estados.

Para Imbassahy, a paralisação é um problema que teve início em 2001. Naquela época, o atual governador apoiou o movimento e assumiu compromissos que não foram cumpridos. “Lamentamos a falta de competência de uma gestão que no passado instigava a greve e agora não sabe desmontá-la. Ele não está conduzindo o processo como deveria. É preciso ter muita cautela, não se pode resolver uma greve no confronto”, afirmou.

“O posicionamento de Jaques Wagner está trazendo dificuldades para superar o caso. É uma questão muito séria, porque diz respeito não só à segurança pública da Bahia, como também de riscos semelhantes em outros estados. Meu voto é que isso seja superado e o governador assuma uma posição capaz de levar o ambiente de tranquilidade necessário”, afirmou Andrada.

Imbassahy ressaltou que a greve tem trazido graves prejuízos para a Bahia. “É um prejuízo muito grande para a imagem do estado. São mais de 100 homicídios, estamos às vésperas do Carnaval, quando a segurança pública é absolutamente necessária. Queremos que haja um entendimento”, completou. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, houve 135 assassinatos na região metropolitana de Salvador entre 1^o e 8 de fevereiro.

O tucano acredita que há receio da população com a violência. Ele lembrou que shows de grandes artistas no carnaval de Salvador foram suspensos e que há vários cancelamentos de viagens e reservas de hotéis para o evento.

Protesto

Em plenário, o deputado baiano condenou a concessão de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar deputados aliados ao Planalto à Bahia para apoiar Jaques Wagner. “Não entendo que o governo federal atenda a uma solicitação do PT para fazer proselitismo político na Bahia. O que se espera desses deputados não é solidariedade ao governador, mas sim, ao povo baiano que está sofrendo”, protestou.

Paralisação continua

→ A greve na Bahia foi iniciada em 31 de janeiro. Até agora, não há perspectiva de negociação entre os PMs e o governo do estado para encerrar a paralisação.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Marcello Casal Jr./ABr/Áudio: Elyvio Blower)