Rolo compressor

Líder condena intransigência da base aliada que impediu votações no plenário

Em discurso no plenário, o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), reprovou a intransigência da base aliada que inviabilizou as votações nesta quarta-feira (8). Segundo ele, havia entendimento entre os partidos para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 270/08) que concede proventos integrais aos servidores públicos aposentados por invalidez permanente, de autoria da tucana Andreia Zito (RJ). A insistência do governo em colocar em pauta o projeto de lei (PL 1992/07) que cria o regime de previdência complementar para o servidor civil federal (Funpresp) impediu o acordo.

Araújo defendeu o adiamento da deliberação do Funpresp para o dia 28 de fevereiro, após o Carnaval, mas a base rejeitou a proposta. “O desenrolar de hoje caracteriza a intransigência do governo de ouvir o bom senso. Compreendemos a importância da matéria para o futuro do Brasil, mas queremos tempo para contribuir com o projeto, ainda distante de ser o ideal.”

Na visão do tucano, a interferência do governo é “incompreensível”. “Mais uma vez vemos o governo interferir de forma firme numa pauta de entendimento construído pela Câmara. Perdemos o dia e a PEC 270. Perde o país, perde a arte da política, de conversar, de convergir. Quem ganhou? A intransigência?”, questionou.

Ainda em seu pronunciamento, o deputado voltou a destacar a decisão tardia do Planalto em privatizar os aeroportos. Araújo lembrou que o Partido dos Trabalhadores foi opositor ferrenho das privatizações, o que mostra a incoerência da gestão petista. “Assistimos o PT assumir algo que renegou a vida inteira, como um demônio que fazia mal à sociedade”, disse.

Insensibilidade

“Falta ao Palácio do Planalto entender que a política se constrói com o diálogo, com a combinação de que, quando um recua um passo, o Parlamento avança dois.”

Deputado Bruno Araújo (PE)

(Reportagem: Alessandra Galvão / Foto: Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)