Mais corrupção


PSDB pede convocação de Mantega para esclarecer irregularidades na Casa da Moeda

O deputado César Colnago (ES), primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, apresentou nesta terça-feira (7) pedido de convocação ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para esclarecer ao plenário da Casa suposto esquema de corrupção envolvendo o ex-presidente da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci. “As denúncias justificam a atuação fiscalizadora do Congresso, pois envolvem autoridade pública competente da alta administração federal”, afirma. Mantega teria sido alertado sobre o escândalo em agosto do ano passado, mas não tomou nenhuma atitude. O pedido foi protocolado na Mesa Diretora.

Denucci foi demitido após a “Folha de S.Paulo” mostrar que ele teria recebido propina de fornecedores do órgão via duas empresas no exterior em nome dele e da filha. Nos últimos três anos, as empresas teriam recebido U$ 25 milhões de operações financeiras, segundo um relatório da WIT, especializada em transferência de dinheiro com sede em Londres.

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Na avaliação do líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), o Brasil está assustado com a partidarização de uma instituição tão importante. “É incompreensível que a Casa da Moeda, que imprime em papel as riquezas nacionais, seja objeto de partilha política. Isso é algo inimaginável e que nunca houve”, condenou.  Ele afirma que o ministro deve uma explicação convincente ao Brasil.

O deputado João Campos (GO) criticou a ordem expressa do Palácio do Planalto para que a base aliada blinde Mantega. A ideia é impedir que o titular dê explicações sobre sua suposta ligação com Denucci. Conforme explica o parlamentar, o PT não tem interesse em elucidar os fatos, mesmo sabendo de irregularidades cometidas por ele à frente do órgão.

“Se o governo tiver o mínimo de coerência irá facilitar a vinda do ministro ao Congresso para prestar todos os esclarecimentos acerca de um subordinado dele que já estava sob suspeição há muito tempo e não houve providência”, alertou.

Apesar de ter sido indicado, em 2008, pelo PTB, Denucci foi abandonado pelo partido responsável pela sua condução ao cargo. Enquanto a legenda trabalhava para substitui-lo, o governo resistia. Em ofício dirigido ao próprio ministro, o PTB diz que deu “respaldo” à indicação de Denucci, mas que a denúncia era “gravíssima” e “o pronto afastamento, indispensável”.

Ainda segundo a “Folha”, o ex-presidente é investigado pela Polícia Federal por suposta remessa ilegal de dinheiro do exterior para o Brasil. Como mostra a reportagem, ele não conseguiu comprovar a origem de R$ 1,8 milhão, em 2005. Para piorar, o Ministério Público Federal abriu inquérito e, em paralelo, investiga denúncia de direcionamento de licitação.

Senado pede explicação

No Senado, o líder tucano, Alvaro Dias (PR), apresentou um requerimento para convidar Mantega e Denucci a prestarem esclarecimentos na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa. O tucano quer saber se a indicação do ex-dirigente foi feita pelo PTB ou pelo ministro. O senador Aloysio Nunes (SP) protocolou requerimento na Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle para que o empresário José Martins, presidente da empresa que fez o relatório sobre as movimentações financeiras de Denucci, fale a respeito do assunto. A WIT, companhia de Martins, registrou em documento que o então presidente da Moeda e familiares movimentaram U$ 25 milhões nos últimos três anos.

Empresa extinta

Também foi protocolado nesta terça requerimento de informações endereçado ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo.  De acordo com informações da imprensa, o ministério teria pago R$ 4,6 milhões, sem licitação, para a FIA (Fundação Instituto de Administração) ajudar na criação da Empresa Brasileira de Legado Esportivo Brasil 2016, que foi extinta antes de funcionar.

O requerimento, assinado pelo deputado Otavio Leite (RJ), solicita informações sobre os serviços prestados pela fundação, que tipo de despesas foram pagas, e cópia de contrato entre o ministério e a FIA, relatórios e pareceres elaborados que fundamentaram a criação, o desenvolvimento e a desativação da Empresa Brasileira de Legado Esportivo Brasil 2016.

(Da redação / Foto: Brizza Cavalcante/Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)

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7 fevereiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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