Diagnóstico equivocado


Emanuel Fernandes afirma que ideias distorcidas do PT contra privatização prejudicam o Brasil

Em discurso no plenário da Câmara, o deputado Emanuel Fernandes (SP) afirmou que o governo federal não enfrenta os problemas de infraestrutura com seriedade, travando o desenvolvimento do país. Na visão do tucano, há um diagnóstico equivocado da gestão petista. Ele destaca a falta de política eficaz de combate à desindustrialização e a demora do Planalto em reconhecer a importância de privatizar setores caóticos, como o aeroportuário.

“Enquanto o grupo que está no poder não acertar contas com a sua ideologia antiglobalização, vamos perder oportunidades e corremos sério risco de sermos um mero fornecedor de commodities”, condenou. “Se apenas agora o Planalto concede à iniciativa privada três importantes aeroportos, muito tempo foi desperdiçado por motivações eleitoreiras.”

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A crítica é uma referência às privatizações dos terminais de Guarulhos, Viracopos e Brasília. Após nove anos de administração do PT, ontem a União realizou o leilão dos terminais. O deputado destaca que, em relação à infraestrutura, o Brasil está atrasado, e parece não ter chegado ao século XXI. Segundo ele, o PT tem dificuldade em admitir que errou ao demonizar e combater ferozmente as concessões e outras bandeiras tucanas.

O parlamentar defende o empreendedorismo como porta de saída para os problemas sociais. Para ele, a população não pode receber apenas dados convenientes ao Executivo federal, pois o conhecimento é sinônimo de desenvolvimento. “Creio na capacidade de aprendizagem e discernimento do povo. Devemos deixa-lo decidir. Para tanto, precisamos dar o máximo de informações a cada brasileiro, e não tutelá-lo”, disse.

Pinheirinho

Ainda em seu discurso, Fernandes disse que os problemas na desocupação de Pinheirinho não podem ser creditados à Prefeitura de São Paulo e ao governo estadual. Ex-prefeito de São José dos Campos (SP), entre 1997 a 2004, ele destaca que a ocupação da área, no final de seu mandato no munícipio, começou de maneira problemática. Os possíveis excessos que ocorreram na operação são reflexos do passado, acrescenta.

“Eu herdei do PT uma cidade onde muita gente morava em favela. Convenci a sociedade de que deveríamos fazer esforço para tirar as pessoas desses locais”, lembrou. Ele montou estratégias para que a população fosse contemplada com casa própria em área segura, mas os moradores de Pinheirinho relutaram inicialmente em se mudarem para conjuntos habitacionais. “É lamentável que tenha decorrido tanto tempo e que tenha tido tal desfecho. Mas culpar o governador Geraldo Alckmin é, no mínimo, injusto. Quem o conhece sabe de seu humanismo e da sua tentativa de negociação.”

(Reportagem: Djan Moreno / Foto: Beto Oliveira/Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)

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7 fevereiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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