Aquisição sem critério
Nelson Marchezan não acredita na promessa do PT de comprar tablets para professores
Defensor da valorização do professor, o deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) não acredita na promessa do Ministério da Educação de comprar milhares de tablets para docentes do ensino médio das escolas públicas do Brasil. Como recorda o tucano, proposta semelhante foi abandonada pelo governo petista. O anúncio da aquisição dos equipamentos foi feito pelo ministro Aloizio Mercadante.
Na visão do tucano, o PT gasta de maneira desenfreada e sem critério, o que implica em desperdício de dinheiro. “Gasta-se muito com um maquinário caro, com alta tecnologia, mas que não funcionará em grande parte das regiões. Não há nenhuma metodologia. Comprar e distribuir. Essa é a velha forma do governo desembolsar dinheiro”, disse.
baixe aquiSegundo a “Folha de S.Paulo”, o MEC conclui licitação para aquisição de até 900 mil aparelhos, no valor de R$ 330 milhões. Desse total, 600 mil serão para professores. Marchezan afirma que os profissionais precisam passar por um processo de qualificação para usar o material corretamente, contribuindo para o aprendizado.
O deputado teme direcionamento na compra dos tablets, pois não foi feito nenhum estudo sobre o funcionamento do equipamento. “É dinheiro que tem algum direcionamento. Ou para uma empresa ou para alguma consultoria. O governo federal, em todos os setores, tem alguma negociação que beneficia interesse privado em detrimento do interesse público.”
A medida vem à tona após a revelação do fracasso da ação “Um computador por aluno”, lançado pelo governo Lula e abandonado pela presidente Dilma. O programa gastou R$ 82,5 milhões para a compra de 150 mil laptops. Mas não decolou por falta de treinamento, de infraestrutura de rede e de projeto pedagógico para o uso da nova tecnologia. Marchezan acredita que os problemas serão repetidos.
Custo
O Ministério da Educação informou que o tablet de 7 polegadas custará R$ 300 a unidade, e o de 10 polegadas, R$ 470. Os equipamentos devem ser distribuídos no segundo semestre deste ano. Se os pregões de compra derem certo, os contratos serão assinados no fim de abril.
(Reportagem: Artur Filho / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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