Faltou planejamento
Demora na construção de UPAs reforça descaso do PT com a saúde
A presidente Dilma não priorizou a saúde pública no primeiro ano do seu mandato, conforme prometeu durante a campanha. A instalação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) comprova o descaso, na avaliação do deputado Raimundo Gomes de Matos (CE). Das 500 unidades prometidas, apenas 31 foram construídas. Pesquisa recente mostra insatisfação da população que depende do sistema público. O resultado surpreende: 85% dos entrevistados não perceberam avanços no setor nos últimos três anos.
Para o tucano, há um descompasso significativo entre as palavras enviadas pelo Planalto ao Congresso, na mensagem de início de ano, e as ações efetivamente realizadas. “No Ceará, apenas 10% das UPAS prometidas foram levantadas, e ainda assim não começaram a funcionar, pois os prédios estão abandonados há cerca de seis meses”, alertou.
baixe aquiGomes de Matos acredita que faltou planejamento da gestão federal para tirar a promessa do papel. Segundo ele, o Executivo foi incapaz até de organizar concurso e convocar profissionais para trabalhar nas unidades. Segundo ele, se a construção continuar no ritmo atual, Dilma precisará de mais de 15 anos de mandato para cumprir a meta.
Conforme pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a demora no atendimento aos serviços é considerada como o principal problema. Segundo o levantamento, 61% das pessoas avaliam a saúde pública como ruim ou péssima, 85% não perceberam avanços nos últimos três anos e 95% acham importante destinar mais recursos para a área. Para 82% dos entrevistados, novos recursos podem ser conseguidos com o fim da corrupção.
A atenção básica, por meio do programa Saúde da Família, teve uma cobertura populacional, ao final de 2011, que abrange 54% da população brasileira. Número pequeno, na opinião do deputado. Ele cobra cuidado específico com o atendimento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Hoje é preciso entrar com ação judicial para conseguir uma vaga em UTI. Isso é alarmante. Os médicos precisam fazer uma seleção para atender, primeiro, os casos mais urgentes.”
O parlamentar afirma que as dificuldades do setor são agravadas pela má gestão e o crescimento da corrupção. “O problema não é falta de recursos”, destacou.
(Reportagem: Djan Moreno / Foto:Gustavo Lima/Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)
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