Sem controle


Para Marinho, temor de alta na inflação é reflexo da atuação falha do Executivo na economia

A falta de planejamento e de controle dos gastos públicos é responsável pelo temor da população em relação à inflação, avaliou o deputado Rogério Marinho (RN) nesta terça-feira (31). De acordo com pesquisa divulgada ontem (30) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a alta dos preços é a maior preocupação dos consumidores brasileiros. Dentre os entrevistados, 54% acreditam que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses e outros 15% afirmam que o crescimento será grande, o que representa o maior patamar desde março do ano passado. O Brasil já é um dos países com o maior índice do mundo.

A alta chegou a 6,5% em 2011 por uma série de fatores. Um deles é a dificuldade do Executivo em tratar a economia da maneira adequada, acredita Marinho. O tucano, que é economista, afirma que a gestão petista precisa deixar o discurso da conveniência política e ter mais responsabilidade no trato com os gastos públicos.

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Na avaliação do parlamentar, o Planalto não estimula uma poupança interna adequada e protela soluções para a valorização do Real e a desindustrialização. Mais investimentos e menos desperdício com a máquina pública são algumas das soluções apontadas pelo deputado para gerar crescimento e estabilidade.

“O principal prejudicado é o povo brasileiro. Os mais fragilizados economicamente sentem os efeitos da inflação na compra de gêneros de primeira necessidade”, destaca.  “A dona de casa que vai ao supermercado, precisa pagar IPTU, comprar material escolar para o filho e utilizar o transporte público sente de forma agressiva o peso dos aumentos que estão ocorrendo em uma economia indexada”, exemplifica.

Para o deputado, o Brasil perde a oportunidade de se firmar economicamente no cenário internacional por falta de vontade política. “Não vemos um projeto de nação que se insurja contra essa situação”, disse. Segundo ele, falta planejamento na execução orçamentária, no controle dos gastos públicos e no investimento em infraestrutura e educação, “o que significa a médio e longo prazo a garantia de um crescimento sustentável e de estabilidade econômica”.

Em sua opinião, dificilmente a meta estabelecida para 2012 será cumprida.  Será preciso muito esforço, segundo Marinho, para terminar o ano em 4,5%, como prevê o governo. Para se atingir o patamar de países de primeiro mundo, entre 2% e 3%, o caminho será longo. Nos cálculos do Itaú Unibanco, o Brasil continuará com um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em torno de 5% anuais ao menos até 2020 — o que compromete o desejo da presidente Dilma Rousseff de terminar seu mandato com juros básicos de 9% ao ano.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Beto Oliveira/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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31 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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