Série de atrasos


Para tucano, novo adiamento na transposição do São Francisco confirma falta de projeto do PT para o setor

O deputado Rui Palmeira (AL) afirmou nesta sexta-feira (27) que levar água ao semiárido nordestino não é uma prioridade do governo federal, como promete a presidente Dilma. O tucano criticou as falhas e adiamentos em trechos da transposição do rio São Francisco e destacou a pífia atuação de órgãos que deveriam minimizar os efeitos da seca na região. Segundo o parlamentar, a suspensão de obras por indícios de privilégio a empreiteiras comprova o descaso. “O Executivo não sabe o que quer e não tem um projeto concreto para o semiárido brasileiro. Essa é a grande verdade”, disse.

O Ministério da Integração Nacional suspendeu concorrência de R$ 700 milhões para um dos trechos. A determinação ocorreu devido à contestação de item do edital que trata da exigência de qualificação técnica das empresas participantes. O empreendimento só poderá ser retomado se vencer dois pedidos protocolados no Tribunal de Contas da União (TCU). Um alega que o edital restringe a competição, para a qual 23 empresas já haviam se apresentado. A União precisará comprovar que não houve direcionamento, pois o edital proíbe a participação de consórcios, como é usual.

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Rui Palmeira destaca que a entrega das obras fica novamente comprometida. O prazo para conclusão, que era setembro de 2014, passou para dezembro. No final de 2011, a imprensa mostrou que vários trechos estavam paralisados e que parte do trabalho feito começava a se perder. Na ocasião, o ministério anunciou que faria novas licitações, não programadas, no valor de R$ 1,2 bilhão para salvar a transposição.

O tucano afirma que a população nordestina sem acesso regular à água sente na pele a incompetência de órgãos como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), que se mostra ineficiente e apresenta suspeitas de corrupção. O deputado contesta a obra e a ausência de outras ações para a região. “No Nordeste, algumas cidades às margens do São Francisco não têm sistema de abastecimento de água e as pessoas tem que buscá-la em jumentos ou com latas na cabeça. Quanto a isso o governo federal nada fez” disse.

Em sua avaliação, a transposição não passa de uma obra midiática, “usada em lindas propagandas governamentais, mas completamente problemática”.  “A prioridade para a região era outra: o saneamento, o abastecimento e a revitalização do rio, que lamentavelmente está morrendo. Mas o governo começou da maneira que gosta: por uma obra megalomaníaca”, completou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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27 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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