Disputa de poder


Deputado condena batalha de partidos aliados por espaço na administração federal

A batalha travada por partidos aliados em busca de mais espaço no governo federal é negativa, na avaliação do deputado Raimundo Gomes de Matos (CE). Para o tucano, a disputa é uma estratégia para manter o esquema de feudos que domina a gestão petista. Ele não acredita em apoio da base para realizar a propagada reforma ministerial. Como consequência, as denúncias de corrupção tendem a continuar em destaque no segundo ano do mandato da presidente Dilma. No centro da crise atual estão o Departamento Nacional de Obras Contra Secas (Dnocs), ligado à Integração Nacional, e o Ministério das Cidades.

“A presidente Dilma errou em não fazer logo as reformas para  diminuir a gastança e o número de ministros. Ela está ficando cada vez mais dependente dos partidos, fato prejudicial para a sociedade”, avaliou. Segundo ele, apenas mudanças pontuais foram feitas, o que não altera a dinâmica de distribuição de órgãos a legendas em troca de apoio no Congresso. Gomes de Matos ressalta que a imprensa traz nesta quinta-feira (26) demonstrações claras de que o Planalto “pisa em ovos” para não ficar mal com aliados.

Defesa do interesse público fica em 2º plano nas brigas da base do Planalto por poder

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O ministro das Cidades, Mário Negromonte, é prova cabal dessa relação. Apesar de uma enxurrada de suspeitas de má gestão, assim como a desculpa de que seu chefe de gabinete teria sido exonerado por desmotivação, o titular foi mantido por Dilma. Homem de confiança do ministro, Cássio Peixoto foi demitido dois dias depois de a “Folha de S. Paulo” revelar participação dele em negociações com empresário e lobista interessados em projeto milionário da pasta.

Além do episódio, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), teria ameaçado o Planalto após a exoneração de seu apadrinhado, Elias Fernandes Alves, do comando do Dnocs. Elias é acusado de desviar recursos e beneficiar seu estado, o Rio Grande do Norte, na distribuição de verbas da autarquia. O desligamento do gerente foi assinado hoje. Na queda de braço, o peemedebista garantiu que indicará novo nome para substituir o afilhado político.

Para Gomes de Matos, sem uma mudança de postura da presidente, ficará cada vez mais difícil conseguir acabar com esses vícios da República, especialmente em ano eleitoral. “Se até março Dilma não reduzir as estruturas e mudar essa situação de força que alguns partidos estão impondo, ela não conseguirá mais fazer e nem realizar um bom governo.”

(Reportagem: Djan Moreno / Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)

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26 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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