Falta planejamento


Vanderlei Macris cobra firmeza de Dilma para que investimentos saiam do papel

O deputado Vanderlei Macris (SP) criticou nesta segunda-feira (23) a demora da presidente Dilma em cobrar resultados de ações do seu governo, assunto da primeira reunião ministerial do ano. A petista pede que os titulares de pastas na Esplanada apresentem metas e prazos de cumprimento dos programas, a exemplo de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Carro-chefe da administração Dilma, o projeto ainda não decolou.

Levantamento da Assessoria Técnica do PSDB na Câmara revela que foram pagos 23% do Orçamento autorizado de 2011. Dos R$ 40,9 bilhões previstos, apenas R$ 9,4 bilhões foram aplicados. Para Macris, passou da hora de o planejamento sair do papel.

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“A presidente tem mostrado falta de aptidão na postura de gerente, bandeira apregoada na campanha eleitoral. Em 2011, a realização orçamentária, do ponto de vista dos investimentos, ficou aquém do desejado, especialmente em relação à infraestrutura para preparar o país para a Copa de 2014”, avaliou.

O deputado cobra postura mais firme de Dilma. “O país precisa de investimentos. Há muita carência. Esperamos que o cenário mude e possamos nos preparar de maneira mais afirmativa.”

A reunião é realizada após uma série de encontros setoriais, que ocorrem desde a última quinta-feira (19), para traçar estratégia para a Copa do Mundo de 2014, Olimpíadas e para a conferência Rio +20, evento da Organização das Nações Unidas (ONU) previsto para junho, no Rio de Janeiro. A situação das obras é considerada preocupante.

Segundo o presidente da Fifa, Joseph Blatter, o Brasil, responsável pela organização do mundial em 2014, está mais atrasado do que a Rússia, local da Copa em 2018. Na visão do tucano, a declaração ocorre por causa da falta de planejamento do governo brasileiro. “É uma crítica procedente. Sabemos que iremos sediar o evento esportivo há três anos e meio. Porém, o Planalto não se preocupou em planejar e realizar as obras necessárias com custo mais baixo. Infelizmente, pagaremos caro”, avaliou. O Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo em outubro de 2007. Já a Rússia, conquistou esse direito apenas em dezembro de 2010.

O balanço do primeiro ano da gestão da Dilma, divulgado pela Executiva Nacional do PSDB em dezembro, destacou 13 problemas responsáveis pela paralisação do governo. O relatório constata desempenho pífio em diversos setores como economia, educação, saúde, segurança e outros. O gasto com obras da Copa foi um ponto analisado. Segundo o documento, os custos devem variar de R$ 23 bilhões a R$ 112 bilhões.

Na reunião, ficou definido que os ministérios terão o prazo de seis meses para apresentar ao governo um sistema de monitoramento de seus programas, inclusive de convênios e contratos. A medida foi determinada por Dilma.

Mudança tardia

→ Durante a primeira reunião ministerial, a presidente Dilma deve cobrar de seus auxiliares metas e prazos para o Plano Brasil sem Miséria; para as obras de infraestrutura previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC); e para o Minha Casa, Minha Vida. Outro assunto deve ser o corte de R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões no Orçamento da União de 2012.

Matéria atualizada às 22h18.

(Reportagem: Alessandra Galvão / Foto: Leonardo Prado / Áudio: Elyvio Blower)

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23 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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