Punição exemplar


Condenação dos responsáveis pelo assassinato de Ceci Cunha dá fim à impunidade, afirmam tucanos

Treze anos após o assassinato da deputada Ceci Cunha (PSDB), a Justiça condenou os acusados da chacina que tirou a vida da parlamentar, do marido e de dois parentes. Considerado o mandante do crime, o ex-deputado Talvane Albuquerque (foto) cumprirá 103 anos e quatro meses de prisão por encomendar os homicídios. Quatro assessores de Talvane acusados de executar as vítimas receberam penas entre 75 a 105 anos. A punição foi considerada exemplar pelos deputados Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do partido, e Rui Palmeira (AL).

“O PSDB sempre acreditou que a justiça um dia seria feita. Treze anos de impunidade chegam ao fim. Que o resultado desse julgamento sirva para desencorajar aqueles que tentam chegar ao poder a qualquer custo”, afirmou Guerra no Twitter. Pelo microblog, o tucano demonstrou solidariedade à família da ex-parlamentar. “Nesse momento, somos solidários à família da nossa querida deputada Ceci Cunha. Fez-se justiça à sua memória!”, postou.

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A decisão do júri popular foi tomada após três dias de julgamento. De acordo com o Ministério Público, o crime teve motivação política, pois Talvane Albuquerque queria ocupar o posto na Câmara dos Deputados para retardar o julgamento de outros processos a que respondia na Justiça. Ele foi condenado a pagar R$ 100 mil de indenização aos filhos de Ceci.

“Até o dia de ontem esse caso ainda era sinônimo de impunidade, mas, depois de 13 anos, finalmente ocorreu o julgamento e os culpados passarão a cumprir as penas. Fica a lição de que todo crime, inclusive os que têm componentes políticos, devem ser exemplarmente punidos”, destacou Rui Palmeira.

A deputada foi assassinada em dezembro de 1998 pouco após ser diplomada no cargo. Ela visitava a irmã, Claudinete dos Santos Maranhão. Os assessores de Talvane teriam invadido a varanda onde a família conversava e dispararam dezenas de tiros. Além de Ceci, foram mortos seu marido, Juvenal Cunha; o cunhado, Iran Carlos Maranhão; e a mãe do cunhado, Ítala Maranhão.

Talvane foi condenado por homicídio qualificado, sem possibilidade de defesa das vítimas. As penas dos assessores Jadielson Barbosa da Silva (105 anos), Alécio César Alves (87 anos e 3 meses), Mendonça Medeiros (75 anos e 7 meses) e José Alexandre dos Santos (105 anos) foram por homicídio qualificado por motivo torpe, sem chance de defesa das vítimas.

“Lamentavelmente em Alagoas ainda temos uma cultura de violência política que vem diminuindo nos últimos anos, mas que ainda perdura. Essa punição é exemplar para todos os crimes que acontecerem no estado. Esperamos que aqueles que ainda estão em aberto também sejam julgados e a justiça seja feita”, completou Palmeira.

Precedente perigoso

→ A presidente do PSDB Mulher, Thelma de Oliveira, destacou que o desfecho do julgamento é uma vitória da consolidação da democracia brasileira e uma resposta à sensação de impunidade que pairava em Alagoas após 13 anos do crime. “Se não tivéssemos punições aqui, ficaria aberto um precedente perigoso. Passaríamos a mensagem de que, no Brasil, podemos resolver questões políticas com violência. Felizmente aconteceu o contrário”, disse.

-→ O deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB-RS) acompanhou o julgamento e afirmou que a decisão judicial é mais uma sinalização de respeito à Constituição, pautada pelo direito à vida.

(Reportagem: Djan Moreno com informações da Agência PSDB/ Foto: George Gianni/Agência PSDB/ Áudio: Elyvio Blower)

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19 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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