Política equivocada


Corte em investimentos afetará crescimento do Brasil, alerta Valdivino de Oliveira

O deputado Valdivino de Oliveira (GO) acredita que o corte no Orçamento da União para 2012 afetará os investimentos em infraestrutura. Previsto para ser anunciado em janeiro, o contingenciamento é encarado pela equipe econômica da presidente Dilma como instrumento para conter a inflação, que fechou o ano passado em 6,5%, teto da meta oficial de 4,5%. A tesourada deve variar de R$ 32 bilhões a R$ 60 bilhões. Para o tucano, a política adotada pelo PT compromete o desenvolvimento do Brasil.

“Se o governo cortar investimentos, será muito difícil o Brasil alcançar a meta de crescimento que o Banco Central prevê. Poderemos ter uma redução de demanda, que levará à retração do PIB e dificultará a possibilidade de sairmos da crise mundial”, avaliou Valdivino nesta quinta-feira (19).

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O contingenciamento será tema da primeira reunião ministerial do ano, marcada para a próxima segunda-feira (23). O orçamento aprovado pelo Congresso estima aplicações de R$ 79,7 bilhões. Do total, R$ 21 bilhões são de emendas parlamentares. No início de 2011, o Executivo havia cortado R$ 50,6 bilhões, que atingiu R$ 21 bilhões em emendas.

Valdivino teme nova redução este ano. “A União tem executado muito pouco das emendas aprovadas. O Planalto está muito preocupado em formar superávit primário para combater a inflação, mas esquece de enfrentar a desaceleração da economia. Deveria repensar essa decisão”, avaliou.

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou perspectiva de expansão do Produto Interno Bruto brasileiro, em 2012, inferior à estimada pela equipe de Dilma. A economia do país sofreu a maior revisão de crescimento entre as grandes nações. Para a instituição, na melhor das hipóteses, a soma das riquezas do Brasil terá expansão de apenas 2,7% este ano. Valdivino é enfático: “Embora o PT insista na taxa de 5%, não devemos crescer mais de 3%”.

Estimativa de fraco desempenho

→ De acordo com a ONU, o governo pode ter exagerado no endurecimento da política fiscal para combater a inflação. Segundo a organização mundial, programas de estímulo foram desmontados no Brasil. Nem assim a alta dos preços recuou. Poucos meses depois de o governo puxar o freio, a deterioração da economia mundial acabou comprometendo o crescimento, diz trecho de reportagem do “O Estado de S.Paulo”.

→ O relatório ainda alerta que, se a crise na Europa não for solucionada, são elevados os riscos de que o Brasil tenha um ano de estagnação e um dos piores desempenhos entre os mercados emergentes.

(Reportagem: Alessandra Galvão / Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara /Áudio: Elyvio Blower)

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19 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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