Projetos abandonados


Nilson Leitão desconfia da promessa de Dilma de aumentar investimentos em infraestrutura

O deputado Nilson Leitão (MT) vê com desconfiança a promessa da presidente Dilma Rousseff de aumentar os investimentos em infraestrutura em 2012. O governo federal deixou para trás projetos importantes na área no ano passado. Entre eles, a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Campinas, a nova distribuição dos royalties do pré-sal, a aprovação do código da mineração e o trem-bala. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) estima que o país precisa de, pelo menos, R$ 188,6 bilhões em investimentos por ano até 2015. O valor é duas vezes maior que o projetado pelo BNDES para esses gastos no país: R$ 95,25 bilhões, de acordo com o jornal “O Globo”.

Para Leitão, a gestão do PT não considera os investimentos como um assunto prioritário. “O governo até lança o programa, mas não tem competência e planejamento. Os recursos são muito mal gerenciados. O resultado disso é um país que anda a passos de tartaruga”, afirmou nesta sexta-feira (13).

Play
baixe aqui

O setor privado avalia que as metas do Planalto estão muito distantes do mínimo necessário para atender à demanda do Brasil. O investimento total do país em 2010 foi de R$ 144 bilhões. Os dados oficiais devem confirmar um recuo nas aplicações de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para 1% em 2011.

Segundo o site Contas Abertas, todas as despesas da União sofreram acréscimos no último ano, exceto os investimentos. Os gastos com obras e equipamentos caíram de R$ 44,7 bilhões em 2010 para R$ 41,9 bilhões no ano passado. Enquanto isso, as despesas com pessoal e encargos sociais cresceram R$ 13,2 bilhões, passando para R$ 196,6 bilhões em 2011.

Leitão disse que os números revelam uma prática rotineira do Executivo. “Má gestão, falta de responsabilidade com o dinheiro público e de comprometimento com os contratos e convênios”, criticou.

Além da insuficiência das verbas, o pouco alocado não sai do papel, como é o caso do PAC das Hidrovias. O plano de expansão do setor naufragou, como destacou o jornal “Valor Econômico”. Um ano atrás, o governo tinha a previsão de aplicar R$ 2,7 bilhões em projetos como a hidrovia do rio Madeira, na Amazônia, e a expansão da hidrovia do Tocantins. No entanto, as obras não foram realizadas. Neste ano, sobraram R$ 334 milhões do Orçamento para investimentos nesse setor de transportes.

Para o deputado, a ausência de investimentos é um problema generalizado. “É muita conversa, se gasta muito em propaganda e acaba não alcançando o objetivo, que é ter a obra funcionando. Se não mudar o modelo, não adianta. Vamos continuar com esse mesmo cenário nos próximos anos durante o governo Dilma e o país da propaganda nunca vai atingir os números que precisa”, concluiu.

Potencial desperdiçado

A demora na execução de obras estruturais tem sufocado o potencial do transporte feito pelos rios. Nos 1.115 km da hidrovia do Madeira, por exemplo, trafegam hoje cerca de 8 milhões de toneladas de carga. Se dragagem, sinalização e balizamento tivessem sido executados, esse volume poderia chegar a 20 milhões de tonelada, destaca reportagem do “Valor Econômico”.

Situação parecida acontece no rio Tocantins. Hoje a hidrovia transporta pouco mais de um milhão de toneladas de carga por ano. Se aberto o novo trecho, o potencial chegaria a 70 milhões.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Larissa Ponce/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
13 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *