Julgamento

Deputados pedem punição dos responsáveis pelo assassinato de Ceci Cunha

Após treze anos, a Justiça Federal em Alagoas realiza a partir da próxima segunda-feira (16) o julgamento dos acusados pelas mortes da ex-deputada Ceci Cunha (PSDB), do marido e de familiares dela. Para os tucanos Jorginho Mello (SC) e Vanderlei Macris (SP), a demora passa uma sensação de impunidade. Na visão dos parlamentares, o Congresso precisa alterar a lei para acelerar os processos.

Mello acredita que o único caminho é a punição dos responsáveis. “Espero que os assassinos sejam devidamente punidos. Que essas pessoas do júri tenham coragem de fazer justiça, de colocar efetivamente o mandante, junto com quem a executou, na cadeia”, afirmou.

Leia nota assinada pelo presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra

Diante da demora, uma mobilização tomou conta das ruas de Maceió. Foram distribuídos panfletos pedindo a pena dos envolvidos. Para Mello, a reação proporciona tranquilidade ao júri. “Toda manifestação, seja da imprensa, de populares e da sociedade, vem fazer com que os jurados tenham mais conforto, mais coragem para efetivamente fazer justiça.”

De acordo com Macris, os parlamentares precisam alterar a lei e acabar com essa morosidade do Judiciário. “Buscar alternativa para agilizar as demandas. O maior problema de uma nação é quando as decisões da Justiça demoram. Isso transmite um sentido de impunidade muito grande”, argumentou.

Em nota, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), afirma que o partido tem muito orgulho de ter tido Ceci Cunha em seu quadros. “E trabalhará de forma permanente para defender e honrar a sua memória. Por isso, testemunhará o julgamento dos assassinos, vigilante e convicto de que a justiça será feita.”

O ex-deputado Talvane Albuquerque (ex-PTN) é acusado pelo Ministério Público Federal de ser o mandante do crime, no caso conhecido como “chacina da Gruta”. São réus ainda Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros Silva.

O crime aconteceu em 16 de dezembro de 1998. A médica Ceci Cunha iria comemorar a sua eleição quando foi assassinada com um tiro na nuca. Outras três pessoas também foram mortas, entre elas o marido da deputada eleita, Juvenal Cunha.

(Reportagem: Artur Filho / Foto: Divulgação / Áudio: Hélio Ricardo)