Restrição de vistos

Para Abi-Ackel, se houvesse um planejamento para receber os imigrantes, eles não estariam abandonados, como muitos se encontram em Brasiléia, no Acre. “A receptividade destes imigrantes deveria ser feita de maneira organizada para que eles não ficassem se submetendo a exigências absurdas de criminosos, tais como os chamados coiotes. O Brasil é um grande país da América Latina e poderia sim amparar os haitianos. Mas ampará-los de maneira organizada, fazendo com que estas pessoas não fossem atraídas pela criminalidade. Faltou sim gestão, organização”, disse.

Abi-Ackel lamentou o atraso e a falta de ação do governo para acolher os haitianos, que vivem em situação dramática. “Como sempre o governo age depois que o caos está instalado. Quando na verdade podia ter se orientado. Os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores fariam políticas preventivas para receber essas pessoas de forma que elas não ficassem ao relento, sem amparo, como agora estamos vendo”, cobrou.

De acordo com Azeredo, o PT, que sempre pregou a abertura, é contraditório ao restringir a entrada de estrangeiros.  “O PT sempre foi muito crítico dizendo que tínhamos que abrir as portas para todos de qualquer forma. E agora ele abre de uma maneira restrita. Abre com a limitação de 100 haitianos por mês. Vamos ter que acompanhar estas medidas. Mas por outro lado, temos que ter esta visão humanitária. O que não podemos ter é oportunismo”, completou.

Com o aumento do número de haitianos entrando no Brasil, o governo vai restringir a concessão de vistos a apenas 100 por mês. Dos cerca de 4 mil haitianos que se encontram no Brasil, 1,6 mil estão em situação regularizada.

(Reportagem: Artur Filho/ Fotos: Ag. Câmara/Áudio: Hélio Ricardo)