Medida tardia

Líder tucano critica demora do governo em tomar providências para combater desastres naturais

A força-tarefa criada pela presidente Dilma para combater os efeitos das enchentes na região Sudeste reforça a falta de planejamento do governo petista, avalia o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Para o tucano, a medida chega com atraso, após consumada a tragédia. “O governo anunciou só agora uma força nacional para prevenção de desastres naturais. O país registra mortes por causa das chuvas desde novembro”, alertou.

Como destaca, o grupo interministerial identificará ações de longo prazo para, em seguida, desenhar uma política de investimentos de reconstrução das localidades atingidas. “Ou seja, não temos política alguma de prevenção. É a gestão dos puxadinhos e do improviso.”

Dilma esperou o pior acontecer para agir contra as enchentes que afetam o Brasil

Nessa segunda-feira (9), o Planalto anunciou medidas para enfrentar os efeitos das chuvas no Sudeste, onde mais de 25 pessoas morreram. Entre as ações está a criação da Força Nacional de Apoio Técnico e Emergência, grupo interministerial que atuará no combate às catástrofes. Com atraso, o Executivo confirmou a liberação de R$ 444 milhões para prevenção, obras e reconstrução das cidades e residências afetadas.

De acordo com o jornal “O Globo”, a força-tarefa de 35 geólogos e 15 hidrólogos vai atuar nos territórios de mais alto risco de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. As equipes serão formadas especialmente por especialistas vinculados aos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente.

Nogueira deve apresentar pedido de informação ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, para que ele esclareça as irregularidades de uso dos recursos para enfrentamento de desastres ambientais. Bezerra é acusado de privilegiar o seu estado de origem, Pernambuco, na distribuição das verbas.

Oposição cobra explicações de ministro

A comissão representativa do Congresso, grupo que representa o Legislativo durante o recesso, se reunirá na quinta-feira (12) para discutir as denúncias que envolvem o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. O assessor da presidente Dilma teria privilegiado o seu estado de origem, Pernambuco, na distribuição de verbas contra desastres naturais e favorecido o seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), que teve todas as emendas destinadas à pasta liberadas.

A oposição anunciou que cobraria explicações do ministro e ele se antecipou à convocação. Bezerra prestará esclarecimentos aos parlamentares a partir das 14h30 de quinta-feira. Segundo Duarte Nogueira, os tucanos vão questionar o titular sobre as denúncias e os motivos pelos quais as obras de prevenção não avançam. “Na Comissão Representativa, a expectativa é que os questionamentos sejam mais diretos e a discussão mais aprofundada”, disse.

A comissão é composta por 17 deputados e oito senadores. O grupo foi convocado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Os senadores também questionam Fernando Bezerra sobre supostas irregularidades que teriam ocorrido em sua gestão na Prefeitura de Petrolina (PE).

Matéria atualizada às 18h20

(Da redação / Foto: Brizza Cavalcante / Agência Câmara)