Falta pulso firme
Deputado considera um fracasso política energética da presidente Dilma
O primeiro ano de governo foi suficiente para desconstruir a imagem de gestora eficiente da presidente Dilma, avaliou nesta terça-feira (3) o deputado Luiz Fernando Machado (SP). Na opinião do tucano, a administração petista não está preocupada com o futuro do Brasil. A crítica é uma referência à reportagem do “Valor Econômico”. Segundo o jornal, indefinições marcam a área energética da gestão Dilma, setor que ela comandou na era Lula. “Isso significa investir em infraestrutura, coisa que ela não teve capacidade para fazer.”
A falta de novos leilões para a exploração de petróleo, atrasos no envio do novo Código de Mineração ao Congresso, incertezas na política de combustíveis e a avalanche de dúvidas sobre o fim das concessões no setor elétrico deixaram a impressão de imobilismo e excesso de centralização na área, destaca a matéria.
Machado acredita que Dilma dá um péssimo exemplo ao não adotar políticas eficazes para o segmento. “Isso deixa impressão muito negativa. Uma sensação de que o governo não consegue fazer uma gestão suficiente para promover desenvolvimento e votar temas importantes no Congresso”, reprovou. Para o tucano, o cenário impede o crescimento da nação. “Não temos a menor dúvida de que a presidente necessita tomar as rédeas do setor.”
baixe aquiPara o deputado, as incertezas no setor de minas e energia geram muitas especulações e inseguranças. “Tenho a clara convicção de que o Planalto pecou em não resolver de maneira mais objetiva os desafios da área.”
Em entrevista ao “Valor”, o especialista Adriano Pires afirmou que a concentração das decisões nas mãos da presidente faz com que as empresas não visualizem interlocutores no governo, aumentando o atraso na execução de obras. “As decisões ficaram centralizadas no Planalto. Algumas não saíram do lugar e a agenda ficou congestionada para 2012”, avaliou.
Na área de petróleo e gás, a ausência de novas rodadas de exploração já causa apreensão na iniciativa privada. Para a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdid), a paralisação das licitações preocupa.
(Reportagem: Artur Filho / Foto: Luiz Cruvinel / Áudio: Hélio Ricardo)
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