Barreiras desprotegidas
Descaso com segurança nas fronteiras permite entrada de imigrantes ilegais, criticam parlamentares
A entrada de imigrantes ilegais e o tráfico de pessoas na fronteira Norte do país revelam a fragilidade das ações do governo brasileiro em segurança. Essa é a opinião dos deputados Eduardo Azeredo (MG) e Nilson Leitão (MT). Haitianos e estrangeiros de origem muçulmana, incluindo afegãos, entram no Brasil de forma ilegal. Os tucanos lembram que, durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff prometeu combater os problemas nas fronteiras, mas ficou só no discurso.
Para Azeredo, a situação tende a piorar. “O Brasil tem uma longa fronteira e ela está desprotegida. São apenas esforços isolados do Exército e das Forças Armadas, que não têm recebido os recursos necessários para fazer o investimento previsto na estratégia nacional de defesa”, afirmou.
baixe aquiNa avaliação de Nilson Leitão, o tráfico de pessoas acontece por falta de fiscalização. “O governo esquece as nossas fronteiras e deixa a situação totalmente vulnerável. Esse é um trabalho em que basta a boa vontade da presidente porque o país tem estrutura e dinheiro para isso”, declarou. “É muito importante que ela cumpra com a sua promessa de campanha e resolva o problema das fronteiras”, completou.
Os imigrantes ilegais chegam ao Brasil pelo esquema operado pelos “coiotes” mexicanos, conhecidos por introduzir ilegalmente brasileiros e outros imigrantes nos Estados Unidos, de acordo com Barreto. Segundo dados do Ministério da Justiça, desde 2008 chegaram ao Brasil cerca de 470 mil imigrantes. Já viviam em território brasileiro 1 milhão de estrangeiros.
Desde janeiro do ano passado, 2.500 haitianos entraram pelo Acre. Nos últimos três dias de 2011, chegaram cerca de 550. A prefeitura do município de Brasileia estima em 1.250 a quantidade de haitianos na cidade. Os imigrantes daquele país têm recebido vistos humanitários do governo brasileiro, mas os muçulmanos são deportados.
Azeredo disse que o Planalto precisa investir na proteção das fronteiras. “Em alguns aspectos é uma questão humanitária, como no caso dos haitianos, mas nem por isso podemos deixar a fronteira totalmente aberta. Temos que ter mecanismos de controle que possam fazer essa triagem das pessoas que merecem o nosso apoio daqueles que têm intenções criminosas”, explicou.
Atuação rastreada
→ De acordo com o ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a rota dos imigrantes ilegais começa pelo ar. Uma companhia aérea opera voos regulares entre Porto Príncipe e Quito, no Equador, com escala em Santo Domingo, na República Dominicana. De Quito, os haitianos seguem pelo Peru, de carro, ônibus ou caminhão, até Tabatinga, no Amazonas, e Brasileia, no Acre.
→ A atuação das quadrilhas na fronteira brasileira foi rastreada pelo serviço de inteligência da Polícia Federal e confirmada pelos próprios imigrantes.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Ag. Câmara/ Áudio: Hélio Ricardo)
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