Preocupação com a sociedade

Parlamentares destacam importância da liderança da Minoria no Congresso

O líder da Minoria na Câmara é aquele parlamentar que, entre outras responsabilidades, deve levar o Congresso a pensar mais na sociedade do que em atender as demandas do governo. A avaliação é do deputado Paulo Abi-Ackel (MG), que exerceu o cargo em 2011. Quando os parlamentares retornarem do recesso, a função será de Antonio Carlos Mendes Thame (SP).

“O governo tenta pautar o Congresso unicamente com questões de seu interesse. Nós temos a obrigação de fazer com que as solicitações da sociedade sejam também debatidas”, afirmou Abi-Ackel. Nas eleições presidenciais de 2010, mais de 40% dos eleitores escolheram o PSDB, resultado que mostra o grande porcentual de brasileiros que esperam atuação incisiva dos líderes oposicionistas.

A Minoria, no Congresso, é composta pelos partidos que não se alinham ao governo federal – PSDB, DEM, PPS e PSOL. O diálogo entre os representantes das legendas é parte determinante do trabalho do líder. “Dialogamos e, assim, apresentamos de maneira conjunta todos os interesses da oposição”, destacou Abi-Ackel. Mendes Thame enfatizou que a função que realizará será caracterizada pela produção conjunta: “a minha liderança será um trabalho exercido a muitas mãos”.

Para o parlamentar paulista, a superioridade numérica na Câmara da qual dispõe o governo faz com que, em muitos casos, os representantes da situação abram mão da negociação com os líderes oposicionistas. “Eles preferem votar em bloco, como se fossem um rolo compressor”, disse.

O contexto faz com que a atividade oposicionista seja ainda mais necessária. Os parlamentares veem como essencial a mostra de suas opiniões, seja em discursos no plenário, seja por meio dos veículos de imprensa, nas quais revelem os casos de corrupção e distorções cometidas pelo governo federal. “É assim que podemos chegar até a população”, destacou Thame.

Paulo Abi-Ackel acredita que 2011 foi um ano proveitoso para a oposição no Congresso. Entre os resultados, o deputado cita as dificuldades que o governo federal encontrou na aprovação de dois projetos polêmicos, o Código Florestal e a Emenda 29.

“Nós fizemos com que esses temas fossem debatidos, questionados. Não permitimos uma votação sem intervenções. Graças à nossa ação, a Emenda 29 foi aprovada sem que houvesse a implantação de uma nova CPMF (imposto sobre movimentações financeiras cujos recursos seriam direcionados à saúde)”, apontou.

O parlamentar cita que uma série de recursos, discursos e requerimentos fizeram parte de sua atuação como líder. “Mostramos que o governo não dispõe de um plano estratégico para áreas como saneamento, educação, políticas penitenciárias, entre outras. A corrupção, tão forte neste primeiro ano de gestão de Dilma Rousseff, também fez parte de nossas denúncias. A ação da minoria foi muito útil para enriquecer o debate político”, declarou.

(Agência PSDB/ Fotos: Ag. Câmara)