Feudos partidários
Reforma ministerial não promoverá mudanças reais na estrutura das pastas, avalia Dib
A reforma ministerial prevista para o início de 2012 será mais modesta que o esperado, um sinal de que nada deve mudar no sistema de feudos partidários que domina a Esplanada, na avaliação do deputado William Dib (SP). Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, a presidente Dilma não quer fazer alterações bruscas para evitar novas brigas com a base aliada em ano eleitoral.
De acordo com a reportagem, em apenas cinco ministérios deve haver troca de titulares. Algumas só ocorrerão porque os gestores serão candidatos nas eleições de 2012. Fernando Haddad deve deixar a Educação e Aloizio Mercadante, hoje na Ciência e Tecnologia, assumirá seu lugar. Iriny Lopes (Mulheres) deixará o cargo para disputar a Prefeitura de Vitória. Paulo Roberto Pinto, interino no Trabalho, deve ser trocado, assim como Mário Negromonte (Cidades), que não deve resistir às suspeitas. O PR exige ainda a saída de Paulo Sérgio Passos dos Transportes para indicar alguém. Os demais partidos da base também se articulam em buscam de postos.
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Para Dib, a presidente assumiu o governo completamente loteado e dificilmente mudará a situação. A substituição de ministros por integrantes dos mesmos partidos e a manutenção da estrutura nas pastas é exemplo, segundo o deputado, de que não há pretensão do Planalto de mudar o modelo de gestão.
“A reforma que ela prometeu também deve ser assim. Quem está muito queimado, pode ser que saia, assim como aqueles que vão disputar cargos eletivos, mas serão substituídos pelo mesmo ‘espírito’ de governo. Não vai haver mudanças de padrão, o que o Brasil tanto precisa”, lamentou. Segundo ele, a administração federal continuará a colocar o corporativismo acima dos interesses sociais.
Há estudos em andamento sobre a conveniência de unir pastas como Portos e Transportes, Pesca e Agricultura, e Trabalho e Previdência. Essa seria, na opinião de Dib, uma decisão sensata, pois reduziria a estrutura do Estado. No entanto, ele avalia que a gastança deve continuar. “É mais fácil sair o 40º ministério do que haver o bom senso de unir as pastas para gerar economia, pois os compromissos políticos são maiores que as obrigações com o povo”, apontou.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara/ Áudio: Hélio Ricardo)
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