Descaso com a moralidade
Desvios chegam a R$ 1,1 bilhão e evidenciam alcance da corrupção, alertam deputados
Investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e de cinco ministérios cujos titulares caíram por suspeitas de corrupção em 2011 revelam dano potencial de R$ 1,1 bilhão aos cofres públicos, segundo reportagem de “O Globo”. O valor inclui recursos pagos e também dinheiro que teve a liberação barrada nas pastas dos Transportes, Agricultura, Turismo, Esporte e Trabalho. Para os deputados Raimundo Gomes de Matos (CE) e Márcio Bittar (AC), essa é a constatação de que o governo petista optou pelas irregularidades em detrimento dos interesses da sociedade.
Na avaliação de Gomes de Matos, o uso indevido de verbas na Esplanada comprova o descaso com a moralidade, iniciado na gestão Lula. “O problema está instalado no país e isso dificulta ações fundamentais”, lamentou. De acordo com o tucano, o prejuízo para a população é irreversível, já que existe uma grande dificuldade em recuperar os valores desviados. “A presidente precisará ser mais enérgica para fazer com que haja o ressarcimento de pelo menos parte desses recursos”, disse.
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Só no Ministério dos Transportes, o rombo alcançou, em setembro, R$ 662,3 milhões, como apontou o jornal. Pelo menos 55 funcionários do órgão – quase todos afastados de suas funções – são investigados em 17 sindicâncias ou processos disciplinares. “Isso prova o que a nação inteira já sabia graças às divulgações da imprensa”, afirmou Bittar. “Nunca antes houve um governo que aparelhasse o Estado tanto quanto esse. A situação de hoje é sem precedentes na história”, completou.
Na Agricultura, a denúncia de que o ex-ministro Wagner Rossi favorecia um lobista deu início a uma apuração que avaliou o prejuízo potencial em R$ 228 milhões. Mais R$ 16 milhões teriam sido entregues ilegalmente a empresas que prestavam serviços para o órgão. Já no Turismo, a CGU identificou R$ 67 milhões em gastos não justificados.
A apuração de desvios em órgãos federais identificou 88 servidores suspeitos de envolvimento nas ações. O valor total, de R$ 1,1 bilhão, pode ser ainda maior: ele exclui investigações não encerradas pela Polícia Federal.
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Ag. Câmara e Paula Sholl/ Áudio: Hélio Ricardo)
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