Atraso generalizado
Governo adia R$ 50 bilhões em investimentos por falta de planejamento, lamentam tucanos
Os deputados Rui Palmeira (AL) e Vaz de Lima (SP) criticaram nesta segunda-feira (26) a inoperância do governo por ter adiado para 2012 quase R$ 50 bilhões em investimentos que deveriam começar a sair do papel este ano. Falhas nos projetos, contenção de gastos e falta de atratividade para o setor privado estão entre os motivos dos adiamentos. O problema é generalizado em diversas áreas de infraestrutura, como os leilões de aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, a concessão de rodovias, como a BR-101, no Espírito Santo, além de hidrelétricas, como a usina de São Manoel. O Ministério do Planejamento considera os atrasos “processos normais”.
Rui Palmeira lamentou que a gestão atual não dê prioridade a obras importantes para o desenvolvimento. “Isso mostra a incapacidade da administração. O investimento é muito menor do que o Executivo alardeia. O PAC só executou 20% do previsto no Orçamento. São programas fictícios que só existem no papel, mas na prática é bem diferente”, afirmou.
baixe aquiNa avaliação de Vaz de Lima, os atrasos nos empreendimentos prejudicam o país. “Esse governo não tem planejamento. As grandes obras estruturantes do Brasil estão paradas”, criticou.
A construção do trem-bala também foi postergada. O projeto foi lançado na gestão do ex-presidente Lula com a promessa de que estaria pronto para a Copa do Mundo de 2014. Após três tentativas frustradas, o governo mudou o modelo do leilão do trem que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A previsão é que o edital seja lançado até 10 de março e o leilão ocorra em 10 de setembro. As obras só devem ser iniciadas em 2014 e concluídas em 2019.
Projetos de gaveta
→ Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, afirmou que o principal problema no Brasil é a lacuna entre a decisão de investir e sua realização. “O fato é que no Brasil o processo ainda é muito longo entre a decisão de investimento e sua realização.” Ele defende que o país precisa de “projetos de gaveta” para ter um processo contínuo de investimento.
→ O diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, faz duras críticas à gestão de investimentos. “O governo não contrata bem, há muitos problemas nos contratos e o país, às vezes, acaba pagando pelo mesmo serviço”, declarou ao Estadão.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Paula Sholl e Ag. Câmara/Áudio: Hélio Ricardo)
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