Balanço crítico
PSDB destaca problemas que paralisaram primeiro ano do governo Dilma
A Executiva Nacional do PSDB divulgou nesta quarta-feira (21) “um balanço crítico” do primeiro ano da gestão da presidente Dilma. O documento expõe os principais entraves que paralisaram o governo petista. Destacam-se os péssimos resultados da economia, a anestesia geral aplicada na Esplanada dos Ministérios e os casos de corrupção que atingiram a cúpula do Executivo.
“Esse documento mostra para a sociedade que o PSDB cumpre o papel de oposição responsável. Estamos apontando falhas graves do governo, que, mais cedo ou mais tarde, terão impacto no dia a dia da população”, afirma o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).
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Conforme o levantamento, não há austeridade nem eficiência possíveis “quando pedaços do Estado são entregues a partidos e facções políticas para serem usados como agências arrecadadoras”. As contas e indicadores de desempenho da máquina federal, segundo o balanço, registram o avanço dessa forma perversa de privatização do patrimônio público nestes nove anos.
Em alusão ao número do PT, o relatório enumera 13 tópicos responsáveis pelo desempenho pífio e consequências negativas:
1) Economia sem rumo
O levantamento aponta que Dilma deu continuação à política econômica de Lula: altos juros dos títulos brasileiros, política cambial errática, incapacidade de ordenar os gastos de custeio e a persistência em inscrever despesas não executadas como restos a pagar.
2) Investimento patina
Com todo o alarde publicitário sobre “aceleração do crescimento”, o investimento teima em não romper a casa dos 18% do Produto Interno Bruto (PIB).
3) Desindustrialização: a economia voltando ao passado
Entre 2002 e 2010, a média anual de crescimento da indústria de transformação foi de 2,7%. A participação da área no PIB caiu mais de 10%. O superávit de US$ 19 bilhões da balança comercial em 2007 transformou-se em déficit de US$ 33 bilhões em 2010 e pode passar de US$ 48 bilhões em 2011.
4) Educação: fiascos em série
O documento ressalta a piora na qualidade do ensino das universidades federais e os constantes fracassos na organização do Exame Nacional do Ensino Médio, além do elevado índice de evasão escolar.
5) Saúde à míngua
O governo Lula deixou cair de 60% para 40% a participação federal no financiamento público da saúde. Dilma não fez nenhum esforço para mudar de rumo. Os programas Rede Cegonha e Rede de Urgência e Emergência e a promessa de entrega de 500 Unidades de Pronto Atendimento apresentam irregularidades ou atrasos.
6) Segurança: fronteiras abertas e fracasso operacional
O índice de homicídio continua em alta. Na média do Brasil, são 26 por 100 mil habitantes. A ONU considera 10 por 100 mil o máximo suportável. Cerca de 50 mil pessoas morrem assassinadas no país todo ano. O Plano Estratégico de Fronteiras que previa ações de impacto simplesmente não decolou.
7) Defesa sucateada
Lula e Dilma acenaram para futuro de reequipamento das Forças Armadas, “mas pouco concretizaram no setor”.
8 ) Habitação: pouco sobra para os pobres
O objetivo principal do programa “Minha Casa, Minha Vida” era atender a camada mais pobre da população. Mas as famílias com renda mais baixa, até três salários mínimos, sofrem com o descaso do PT. Para quem ganha até R$ 1,6 mil, o governo só construiu 16% da meta prevista.
9) Saneamento em retrocesso
Investimentos insuficientes, expansão lenta dos serviços e medidas estruturantes não realizadas foram as marcas do primeiro ano do governo Dilma no saneamento. De 2007 a 2011, o orçamento federal previa R$ 20 bilhões para o setor, dos quais foram realizados 9,2 bilhões (46%).
10) Energia: desastre anunciado
As licitações de novas áreas de exploração do pré-sal continuam suspensas. A incompetência na gestão do setor de energia elétrica persiste, “comprometendo o encaminhamento de questões fundamentais como a contratação da energia velha”, renovação das concessões, impactos socioambientais e um novo ciclo de revisão tarifária para as distribuidoras.
11) Rumo ao apagão logístico
As rodovias federais continuam mal conservadas, a construção de ferrovias avança lentamente e faltam recursos para ampliação dos portos. Nos aeroportos, os problemas são constantes. O governo não desiste do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, projeto considerado inviável. As obras de transposição do rio São Francisco foram abandonadas.
12) Meio ambiente atropelado
Como presidente da República, Dilma “pôde dar vazão à ira que revelava como ministra” contra as exigências de preservação ambiental, a quem atribuía o atraso de obras do PAC. A petista reduziu as exigências para licenças ambientais.
13) Copa do Mundo: perigo de gol contra
Ninguém no governo federal sabe ao certo quanto a Copa de 2014 vai custar ao país. As estimativas variam de R$ 23 bilhões a R$112 bilhões. Estádios e intervenções urbanas em seis capitais já ficaram bilhões mais caros. Balanço oficial divulgado em setembro mostra que, de 81 obras voltadas para a Copa, 52 sequer começaram.
(Da redação / Foto: Paula Sholl)
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