Péssima administração


Deputados avaliam que educação brasileira passa por um retrocesso

O ministro da Educação, Fernando Haddad, impôs um retrocesso à educação brasileira ao ignorar sucessivas falhas na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa é a avaliação dos deputados Raimundo Gomes de Matos (CE) e William Dib (SP). Os tucanos se referem ao fato de o petista desprezar solenemente informação da Polícia Federal de que o vazamento das questões da prova deste ano foi maior do que o admitido.

De acordo com “O Estado de S. Paulo”, mesmo avisado de que a fraude não se restringira a 639 alunos do colégio Christus, de Fortaleza, Haddad manteve a anulação apenas para o grupo – atingindo também estudantes do curso pré-vestibular da instituição. Para os tucanos, o titular da pasta está preocupado apenas em fazer política. Ele é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

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“Durante os últimos anos, a educação brasileira está tendo determinados retrocessos. Isso a partir da má administração do ministro Haddad”, criticou Gomes de Matos. O parlamentar recorda que as edições dos últimos anos também tiveram problemas como furto de prova, erro de impressão dos cadernos de respostas e vazamento de dados cadastrais dos estudantes inscritos.

Para o deputado, o PT faz muito mal ao Brasil, em diversas áreas. “O Partido dos Trapalhões – antes era Partido dos Trabalhadores – faz com que a população fique sem sistema de segurança perfeito, sem garantir recursos para saúde. Isso demonstra completa fragilidade”, criticou. ”A presidente Dilma, infelizmente, não tem um pulso forte.”

Na opinião de Dib, as falhas começaram com a chegada de Haddad à pasta. “Pior. Não consigo achar uma explicação porque o exame do ano anterior custou 50% mais barato do que o deste ano. Dobramos os gastos”, condenou. O contrato para aplicação do Enem saltou de R$ 128,5 milhões, em 2010, para R$ 372,5 milhões – este ano.

Isso ocorre, segundo ele, porque houve banalização da criminalidade. “É um conceito: ao invés de governar, o PT decidiu fazer publicidade.”

Descaso com alunos

Apesar do alerta da Polícia Federal, o MEC manteve a anulação das questões só para o colégio. Agora, a pasta admite anular as questões dos alunos do cursinho.

Em resposta ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo Enem, a PF informou, em novembro, haver “evidências” de que os alunos do cursinho pré-vestibular tiveram acesso antecipado a questões do exame. Mas o MEC puniu apenas os estudantes regulares.

O Estado publicou, em 29 de outubro, que os estudantes do cursinho também haviam tido acesso às questões – a PF escutou os mesmos estudantes que falaram à reportagem.

(Reportagem: Gabriel Garcia e Artur Filho / Fotos: Paula Sholl / Áudio: Francisco Maia)

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21 dezembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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