Prejuízo aos cofres públicos
Líder do PSDB entrará com representação no Ministério Público para apurar fraude na Caixa
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), anunciou nesta segunda-feira (19) que entrará com representação no Ministério Público Federal para apurar suposta fraude na Caixa Econômica Federal, esquema que teria gerado prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres da União. Para o deputado, a nova irregularidade ocorre por causa da falta de critério da presidente Dilma para nomear ministros e diretores de empresas públicas.
“Isso é a consequência do uso dos cargos que deveriam ser preenchidos por natureza técnica para fazer aparelhamento político”, reprovou. O tucano quer explicações sobre eventual desvio de recurso para “atender interesses particulares ou partidários”.
baixe aquiA representação foi motivada por denúncia da “Folha de S.Paulo”. Segundo a reportagem, graças a uma omissão misteriosa dentro do segundo maior banco público do Brasil, a corretora Tetto vendeu papéis da dívida pública de baixo ou nenhum valor por preços acima do mercado.
Conforme mostra a “Folha”, entre os compradores, havia empresas e um fundo de pensão estatal – o Postalis, dos funcionários dos Correios. No período das transações, de setembro de 2008 a agosto de 2009, o sistema de informática da Caixa responsável por informações relativas aos papéis ficou fora do ar. A instituição definiu a pane como um “erro”.
Os títulos eram garantidos por um fundo do governo. Se todos os compradores recorrerem à Justiça, a União arcará com o prejuízo de R$ 1 bilhão.
Na opinião de Duarte Nogueira, as fraudes comprovam a política de aparelhamento da máquina federal. “Essa é a regra do PT. A presidente Dilma continua entregando órgãos públicos para atender a base do governo na aprovação dos seus projetos no Congresso”, avaliou. O líder teme que os problemas continuem acontecendo.
Para o deputado Vaz de Lima (SP), as irregularidades são um desserviço à nação. “Estamos agora, na própria Caixa, com uma tremenda suspeita no caso do PanAmericano, que estamos apurando”, lembrou. Ele se refere à denúncia de que o governo sabia do rombo no Banco Panamericano quando autorizou a venda de parte da instituição para a Caixa. “Na verdade, falta capacidade. A forma como o governo petista tem dividido ministérios, empresas estatais e bancos. Isso tudo só pode gerar a má gestão.”
Descuido
→ Segundo a reportagem, o problema com os papéis não era desconhecido do mercado. Eles são originários de outra fraude cometida pela Tetto em 2004, que resultou em prejuízo de R$ 700 milhões ao estado do Rio, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
→ Em 2008, um mês após o apagão no sistema da Caixa, a corretora começou a negociar os títulos. No período de um ano, vendeu todos os seus contratos “micados”, segundo narrou a Caixa.
(Reportagem: Gabriel Garcia e Artur Filho / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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