Impunidade

Tucanos reprovam possível prescrição de penas para mensaleiros

As penas para os 38 acusados no escândalo do mensalão poderão prescrever em razão do Supremo Tribunal Federal (STF) não ter prazo para finalizar o processo, de acordo com declaração do ministro Ricardo Lewandowski à “Folha de S.Paulo”. Na avaliação dos deputados William Dib (SP) e Vanderlei Macris (SP), a situação mostra que o governo do PT esconde os malfeitos e adere à impunidade.

De acordo com a reportagem, o processo está à espera do voto do ministro-relator, Joaquim Barbosa. Em seguida, Lewandowski terá a responsabilidade de revisar o texto. Só então poderá ser marcado o julgamento pelo plenário da Corte. “Terei que fazer um voto paralelo ao do ministro Joaquim. São mais de 130 volumes e 600 páginas de depoimentos. Tenho que ler volume por volume porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas”, afirmou Lewandowski. Segundo ele, entre os crimes que podem ser imputados está o de formação de quadrilha.

Para Macris, os réus têm usado subterfúgio para evitar o julgamento. “A justiça precisa ter sensibilidade para saber que esses atos estão sendo praticados de maneira deliberada, para que ao final nada aconteça”, alerta. Ele acredita que essas manobras fazem com que acusações graves sejam esquecidas.

Na avaliação do tucano, é preciso que o caso seja finalizado para que a sociedade tenha uma resposta. “O Supremo deve julgar o mais rápido possível para que as consequências de todos os atos de corrupção que aconteceram no país em função do mensalão possam ser penalizados”, destacou. “Caso contrário, é mais um motivo de indignação”, criticou.

William Dib acrescenta que o governo do PT acoberta a sujeira de acusados por corrupção. “Mais uma vez a impunidade é regra e não exceção”, disse. “Os que foram intimados fazem manobras patrocinadas pelo Executivo para não haver julgamento”, pondera. “É ruim para o Judiciário quando ele se esquiva de apressar a votação de um processo tão grave que denegriu a imagem do Brasil”, finalizou.

(Reportagem: Laize Andrade/ Fotos: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)