Balanço negativo
Jutahy destaca recorde na queda de ministros e exige esclarecimento de denúncias
Ao destacar a marca de sete ministros exonerados em apenas 11 meses de gestão, sendo seis por denúncias de corrupção, o deputado Jutahy Junior (BA) afirmou nesta sexta-feira (9) que a sociedade brasileira vê o governo Dilma como palco de sucessivos escândalos. Da tribuna, o tucano também cobrou explicações de Fernando Pimentel. Conforme destacou, até agora o ministro do Desenvolvimento não conseguiu explicar os ganhos milionários com consultorias e precisa vir ao Congresso prestar esclarecimentos. “Todas as explicações dadas até agora são inconsistentes, e a verdade não apareceu”, apontou o parlamentar.
De acordo com o deputado, não há, na história política do Brasil democrático, um governo que tenha mudado tantos ministros em tão pouco tempo por denúncias de irregularidades. “E a fila ainda vai andar. Infelizmente ainda tem muita gente para ser exonerada”, previu o tucano após destacar as suspeitas que pesam contra Pimentel. Jutahy fez um paralelo com o caso de Antonio Palocci, o primeiro dos sete a deixar a Esplanada. “Ele saiu porque praticou consultorias com valores incompatíveis com o mercado e criou um ambiente tal que não teve nenhuma possibilidade de se manter no governo”, recordou.
baixe aquiO parlamentar do PSDB apontou artigos publicados em veículos de circulação nacional questionando as “consultorias” de Pimentel. Elio Gaspari, por exemplo, afirmou que se Dilma acha que pode mantê-lo no Ministério do Desenvolvimento deve chamar de volta Antonio Palocci, pedindo-lhe desculpas. “Ambos fizeram fortuna dando consultorias a empresários”, comparou o deputado. Outro texto aponta que não há provas de que as consultorias do ministro foram feitas.
“O fato é que Pimentel apresentou até agora três nomes de empresas das quais ele foi consultor. Em todos esses três contratos há problemas graves”, disse o deputado. Um dos exemplos mais notáveis é o suposto serviço prestado à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, que pagou R$ 1 milhão por nove meses de consultoria. “Segundo o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, foi uma consultoria cara sobre qualquer padrão. E o mais importante: o texto do contrato difere, conforme fala também a ‘Folha de S.Paulo’, da versão do petista”, disse o deputado. Já uma empresa de bebidas de Pernambuco teria pago R$ 130 mil a Pimentel, valor bastante atípico para a capacidade financeira da ETA, como reconhece o próprio diretor.
“Ele é um homem público e ministro deste governo, além de ser um comissário vinculado ao PT ao longo de toda sua história. Está em uma situação como todo homem público que, questionado, tem o dever de dar explicações sobre o seu patrimônio, sobre sua conduta, sobre os atos que pratica”, reiterou Jutahy Junior. O tucano reforçou a importância da vinda do petista ao Congresso para que ele explique como se faz fortuna com consultorias que não têm dados especificados nem horário para se realizar os supostos trabalhos apresentados. Para ele, muitos dos contratos parecem vinculados ao tráfico de influência.
(Da redação/Foto: Beto Oliveira – Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)
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