Suspeitas sem fim
Para presidente do PSDB, Fernando Pimentel deve se explicar fora do cargo
O ministro Fernando Pimentel (PT), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, deve se afastar de seu cargo para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de enriquecimento ilícito que pairam sobre ele. A avaliação é do presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).
Pimentel é suspeito de tráfico de influências entre 2009 e 2010 – no período, ele foi proprietário de uma consultoria que manteve contratos com empresas que ganharam licitações com a prefeitura de Belo Horizonte, chefiada pelo ministro até o final de 2008. A consultoria rendeu a Pimentel cerca de R$ 2 milhões, quantia superior ao patrimônio declarado pelo ministro ao Tribunal Superior Eleitoral em 2008.
Líder do PSDB na Câmara pede informações ao Coaf sobre Pimentel
Ministro repete padrão comum a autoridades petistas: confundir interesses públicos com privados
“O PSDB sempre defendeu que pessoas acusadas e que não explicam satisfatoriamente os fatos sobre as quais pesam suspeitas devem se afastar para evitar um procedimento que desgasta a todos e paralisa a máquina pública”, declarou Guerra.
O presidente do partido lembra que o caso de Pimentel é semelhante ao do ex-ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Também suspeito de enriquecimento ilícito – seu patrimônio teve elevação de 20 vezes num prazo curto de tempo -, Palocci foi o primeiro ministro do governo da presidente Dilma Rousseff a ser afastado do cargo devido a denúncias de corrupção.
Guerra avalia que, assim como as denúncias são similares, parecida também é a reação do governo federal frente ao ocorrido – privilegia-se a “proteção” de um aliado em detrimento do esclarecimento dos fatos.
“O ministro não dá explicações, se recusa a vir ao Congresso, a tropa de choque governista tenta blindá-lo, e se recusa a se licenciar do cargo para dar explicações”, declarou o deputado.
Para Guerra, é inadmissível que o ministro Fernando Pimentel seja ainda “premiado” com sua inclusão em uma comitiva da presidente Dilma Rousseff que vai à Argentina. “Ao invés de estar no avião da presidente, deveria estar fora do gabinete explicando as denúncias como qualquer brasileiro é obrigado a fazer”, disse.
A viagem de Pimentel à Argentina acontece nesta sexta-feira (9) – quando, em todo o planeta, celebra-se o dia internacional de combate à corrupção. “Ao invés de prestar esclarecimentos, o ministro prefere deixar o país”, falou Guerra.
(Da Agência PSDB/ Foto: Ag. Senado)
Deixe uma resposta